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Cunha fala em ‘armação’ e associa anotações de propina a anúncio sobre impeachment

Esperada para esta segunda-feira, decisão sobre abertura de processo para interromper ou não o mandato de Dilma Rousseff deve ser adiada

Por Marcela Mattos Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 30 nov 2015, 12h52

Depois de ser ligado a um suposto pagamento de propina do banco de investimentos BTG Pactual, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), afirmou que “provavelmente” deve adiar o anúncio sobre a abertura ou não de um processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff. Na semana passada, ele estipulou esta segunda-feira como prazo para se manifestar sobre os sete pedidos de afastamento da petista ainda pendentes. Cunha relacionou o surgimento de uma anotação que indica pagamento de 45 milhões de reais em propina a ele e a peemedebistas aos processos contra Dilma.

“Esse assunto tem de ficar muito claro para não confundir a minha decisão com ele. Eu acho até que o fato de ter anunciado que eu ia decidir hoje pode ter motivado isso aqui. É importante a gente aguardar. Então, provavelmente, eu não decidirei hoje em função disso”, afirmou o presidente da Câmara. Ele ponderou, no entanto, que a “intenção é decidir”. Pessoas próximas a Cunha falam que o episódio causou irritação no parlamentar e pode refletir em sua decisão sobre os processos.

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O documento com anotações de propina foi encontrado por agentes da Polícia Federal na casa do chefe de gabinete do senador Delcídio do Amaral (PT-MS), Diogo Ferreira. As anotações indicam que o BTG Pactual teria pago 45 milhões de reais a Cunha e a outros parlamentares do PMDB em troca de emenda a uma medida provisória, para permitir o uso de créditos fiscais da massa falida do banco Bamerindus, de propriedade do BTG.

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Nesta segunda-feira, o presidente da Câmara convocou uma coletiva de imprensa para “reagir com bastante indignação” à documentação encontrada. Cunha não escondeu a irritação com o episódio, classificado por ele como uma “armação” e uma “armadilha”, e disse que não conhece o assessor Diogo Ferreira. Ele, no entanto, admitiu conhecer André Esteves, mas ponderou ter se reunido com diversos outros presidentes de bancos, entre eles Roberto Setúbal, do Itaú, e Luiz Carlos Trabuco, do Bradesco.

O peemedebista apresentou uma série de documentos para tentar sustentar a tese de que a sua emenda não beneficiaria o banco de André Esteves, preso na semana passada, na 21ª fase da Operação Lava Jato. Segundo ele, a emenda apresentada à medida provisória 608, de 2013, prejudicaria os interesses do banco BTG Pactual, que havia adquirido a massa falida do Banco Bamerindus, e foi rejeitada pela comissão. Alteração de conteúdo semelhante, no entanto, foi incorporada à MP pelo relator à época, o senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB).

“Não tenho a menor dúvida de que ocorreu uma armação. O fato é absolutamente inexistente. A emenda que eu fiz prejudicou esse interesse que estão falando. Não havia o que comemorar se o que foi aprovado é contrário aos interesses dos bancos em liquidação”, afirmou Eduardo Cunha.

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