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Cunha admite pedido de doações à Odebrecht, mas nega caixa dois

Nome do presidente da Câmara aparece em planilhas de executivos da Odebrecht que apontam repasses para políticos

Por Da Redação 23 mar 2016, 15h07

Após a divulgação da extensa lista de beneficiários de repasses feitos pela gigante Odebrecht, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), confirmou que se reuniu com executivos da empresa para pedir doações de campanha, mas negou que os recursos seriam direcionados a ele e também que as transferências foram feitas via caixa dois. Políticos de dezoito partidos políticos – ou seja, representantes de metade das agremiações brasileiras – apareceram em documentos apreendidos pela Polícia Federal.

As planilhas são o mais completo acervo de repasses feitos pelo conglomerado do herdeiro Marcelo Odebrecht. A cada nome, o documento da empreiteira atribui cifras. No caso de Cunha, que é réu por lavagem de dinheiro e corrupção na Lava Jato, em uma das planilhas há a previsão de um valor total de “‘1.000”. Curiosamente, o peemedebista é chamado de “caranguejo”.

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“Se eu pedi, foi para o PMDB e alocado em outras campanhas. Não sei o que é, mas é normal. A Odebrecht doou para o PMDB e doou até em alguns momentos a meu pedido para a campanha do Henrique [Alves, antecessor de Cunha e ministro do Turismo]”, afirmou.

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O presidente da Câmara acrescentou que só recebe via “caixa um” e reforçou que não foram injetados em sua conta de campanha recursos diretamente da construtora. “Mas, efetivamente, a Odebrecht doou para o PMDB alocada em outras campanhas que provavelmente partem a meu pedido. É possível sim. Eu pedi. E não é só isso não. Foram várias doações que foram feitas a meu pedido e alocadas ao PMDB. Na minha campanha, diretamente, com certeza não foi”, continuou.

Apesar de admitir os pedidos, Cunha disse não lembrar com quem teria feito as negociações. Segundo ele, o acordo se dava com quem o contatava. “O presidente da construtora, presidente da outra empresa… Enfim, não me recordo com quem, mas efetivamente houve”, afirmou. “Isso é uma prática normal. Não quero dizer que não conheço pessoa ‘a, b ou c’. Não, eu não sei, não me lembro a quem foi pedido e nem sei se é essa a circunstância. Eu não vi esse documento”, prosseguiu.

Cunha riu ao ser questionado sobre seu codinome “caranguejo”: “Eu desconhecia isso. Não sei o que quis dizer, sinceramente. Quem apelidou é quem tem que dizer”, disse. O peemedebista ainda afirmou que é necessário checar a veracidade das documentações, porque ele já viu “tanta divulgação de lista”, e voltou a dizer que não “teme absolutamente nada” relacionado aos desdobramentos do escândalo de corrupção na Petrobras.

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