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‘Culpa é de loiros de olhos azuis’, diz o presidente brasileiro

Por Da Redação
26 mar 2009, 13h37

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta quinta-feira, em entrevista coletiva concedida ao lado do premiê britânico Gordon Brown, que a crise financeira internacional foi causada e fomentada por “gente branca, loira, de olhos azuis”, numa referência a especuladores estrangeiros, de países do primeiro mundo. Depois, rebateu afirmações de que tinha sido preconceituoso ao fazer aquela avaliação. “Não existe questão ideológica”, disse ele. “Existe um fato: mais uma vez percebe-se que a maior parte dos pobres que sequer participava da globalização estava sendo uma das primeiras vítimas da crise. O preconceito que vejo é contra os imigrantes nos países desenvolvidos.”

Lula afirmou ainda que o governo brasileiro decidiu regulamentar a permanência dos bolivianos que vieram ao Brasil em busca de emprego. “Porque não se pode jogar nas costas deles a responsabilidade de uma crise que foi causada por poucos”. O presidente completou: “Não conheço nenhum banqueiro negro ou índio. Só posso dizer que as pessoas desta parte da humanidade foram as maiores vítimas do mundo e elas não podem pagar por isso”. O primeiro-ministro britânico não comentou as declarações do anfitrião. Também evitou criticar o pacote econômico apresentado pelo presidente americano Barack Obama. O plano foi alvo de questionamentos de Lula durante a entrevista.

O presidente brasileiro não demonstrou ânimo em relação à eficácia do pacote de Obama, que prevê um aporte de US$ 1 trilhão para compra de ativos considerados “tóxicos”. “Se o Obama tomou essa decisão pensando no melhor para os Estados Unidos, ótimo. Espero que dê certo”, disse ele. “Mas acho que não podemos usar o pouco dinheiro que nos resta para comprar títulos que aqui chamamos de podres.” Lula disse que é preciso colocar recursos novos no mercado para reaquecer a economia. “Se o dinheiro colocado pelo Obama voltar para o mercado, ótimo. Não sei se vai vir. O que o estado deve fazer é colocar esses títulos podres nos arquivos, transformá-los em peça de museu.”

Brown foi mais discreto ao comentar o tema: “É um bom sinal que, uma semana antes do G-20, o governo Obama tenha se posicionado sobre os ativos tóxicos”, disse. Lula afirmou que as decisões políticas neste momento de crise são mais importantes que as econômicas. “Ele (Gordon Brown), outros líderes mundiais e eu sabemos que o momento exige decisões políticas profundas mais fortes que decisões econômicas que viermos a tomar.” E voltou a defender a regulação do sistema financeiro. “Não é possível uma sociedade em que você entra no shopping ou no aeroporto e é filmado, sempre vigiado, e o sistema financeiro não ser vigiado e não ter uma regulação”, comparou ele.

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Para o presidente, a crise financeira é uma febre que atinge todos os países. Ele defendeu maior participação do estado na busca de melhorias para a sociedade. “É preciso que o sistema financeiro se reeduque e trabalhemos para incentivar o setor produtivo.” Lula disse que Gordon Brown já é um “amigo” do Brasil e de seu governo, desde 2003, quando o britânico era ministro da Economia. “Recordo sempre dos momentos mais difíceis, quando tomamos posse em 2003. Gordon Brown, como ministro da Economia, foi um parceiro para ajudar o Brasil naqueles momento difíceis e de incertezas, sobretudo para ajudar o Brasil a ganhar credibilidade internacional”, recordou o brasileiro.

(Com Agência Estado)

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