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Cracolândia: secretária diz que ação da PM não vai mudar

Secretária estadual de Justiça, Eloisa Arruda, afirma que ação da polícia não tem nada a ver com assistência social: "A polícia está lá para prender traficantes"

Por Cida Alves
12 jan 2012, 15h52

Em meio ao fogo cruzado entre o governo de São Paulo e o Ministério Público (MP) sobre a operação Centro Legal, iniciada no último dia 3 na Cracolândia, no Centro de São Paulo, a secretária estadual de Justiça e Defesa da Cidadania, Eloisa de Sousa Arruda, afirmou que “de forma alguma” haverá mudanças na maneira como a polícia está atuando na região.

A ação da polícia na região será alvo de um inquérito aberto pelo MP nesta terça-feira. Para o promotor de Justiça Eduardo Valério, a operação na Cracolândia é repressora e a dependência química dos usuários está sendo tratada como caso de polícia, quando seria uma questão de saúde pública. A reação do governo teve como porta-voz o secretário estadual de Segurança Pública, Antonio Ferreira Pinto. Ele chamou os promotores de oportunistas e disse que a atuação do MP seria “de interesse dos traficantes”.

Em entrevista ao site de VEJA, a secretária adotou um tom bem menos ameno que o da nota publicada pela secretaria quando foi anunciada a investigação do MP, que dizia ver “com bons olhos todos os esforços de outras instituições” para resolver o problema da Cracolândia. “Os promotores têm o direito de investigar o que quiserem. O que é inaceitável é avaliar a operação como desastrosa sem nem mesmo concluir as investigações que disseram que vão fazer”, disse.

Leia abaixo os principais trechos da entrevista:

Depois da abertura de inquérito do MP haverá alguma mudança na operação? De forma alguma. Não muda nada na ação da polícia nem no comando da operação. Uma coisa é a assistência social e saúde e outra coisa é a ação da polícia. A PM está na Cracolândia para prender traficantes. Vamos continuar até que todos saiam de lá.

Também será mantido o método de “dor e sofrimento” questionado pelo MP? É ingenuidade pensar que quatro secretarias de governo se uniriam numa ação para causar sofrimento às pessoas. Não estamos na Idade Média. Essa foi uma expressão usada para descrever a sensação do usuário na falta da droga, o que pode levá-lo a buscar tratamento.

O MP quer saber quem autorizou o inicio da operação a menos de um mês da inauguração de um centro para tratar dependentes na região da Cracolândia. A inauguração do centro da Rua Prates nunca foi condição para realizar a operação Centro Legal. Prefeitura e estado têm estrutura para dar atendimento aos usuários de crack e esse centro vem a acrescentar. Em sete dias já fizemos 47 internações.

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Como o governo está tratando as denúncias de truculência policial? Todos os casos de abuso serão investigados.

Essa não é a primeira ação na Cracolândia. Qual a garantia de que, desta vez, as pessoas deixarão as ruas e o vício? O que posso dizer é que não haverá mais naquela região essa enorme concentração de pessoas, como já houve, com mais de 800 usuários nas ruas do bairro.

E como a polícia vai impedir que a droga passe a ser vendida e consumida em outro lugar? Estamos acompanhando o movimento de traficantes e usuários. A ação pode ser direcionada para outras áreas ser for o caso.

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