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Capelão militar é investigado por desvio de recursos

Corregedoria da Polícia Militar está investigando o tenente-coronel e padre da Igreja Católica, Osvaldo Palópito

Por Da Redação
23 fev 2015, 12h36

A Corregedoria da Polícia Militar de São Paulo investiga o suposto desvio de recursos da Capelania Militar da corporação. O alvo do Inquérito Policial-Militar (IPM) é a atuação do tenente-coronel Osvaldo Palópito, que é padre da Igreja Católica e dirigia o órgão até o dia 31 de janeiro, quando pediu a sua passagem para a reserva. Com a crise em torno da Capelania, o comandante-geral da PM, coronel Ricardo Gambaroni, decidiu acabar com o cargo de capelão militar – o sacerdote que é ao mesmo tempo oficial da corporação. Com isso, a vaga de tenente-coronel de padre Palópito será transferida para o quadro de oficiais da PM.

A decisão de instaurar o inquérito foi tomada pelo coronel Levy Anastácio Félix, comandante da Corregedoria. Suspeita-se de enriquecimento ilícito e de desvios de até 2 milhões de reais. As desconfianças contra o padre Palópito na corporação surgiram em 2009, mas só agora teriam sido achados indícios que justificariam a abertura da investigação.

Cantor – Bem falante e com vida social intensa – ele gravou seis discos -, Palópito era o responsável pela Paróquia Santo Expedito – santo que foi militar -, na Rua Jorge Miranda, na Luz, no centro de São Paulo. É ali que funciona a Capelania, cujo prédio foi erguido nos anos 1940 com doações feitas pelos integrantes da antiga Força Pública, corporação que deu origem à Polícia Militar.

Na primeira metade do século passado, a Força Pública era uma tropa que ficava em sua maioria aquartelada, com pouca participação no policiamento das ruas. Sua lógica organizacional era militar. Isso significava que cada batalhão devia ser autossuficiente, com oficinas mecânicas, serviço de alimentação, equipe médica e com sacerdotes que acompanhavam a tropa em missões, como no caso da combate à coluna Miguel Costa-Prestes, nos anos 1920.

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Palópito entrou para a PM por meio de concurso – outros padres concorreram ao cargo. Aprovado, ganhou a patente de segundo-tenente e fez carreira na corporação como os demais oficiais. O Estado procurou o sacerdote por meio de seu telefone para contatos e de seu perfil em uma rede social. Até às 20 horas de ontem, ele não havia sido localizado ou respondido às mensagens deixadas.

Quebra de sigilo – A investigação contra o capelão começou em setembro de 2014. De imediato, o comando da Corregedoria decretou sigilo no inquérito. Ao Tribunal de Justiça Militar (TJM) de São Paulo, o corregedor da corporação pediu a quebra dos sigilos bancário e telefônico do sacerdote. Chefiada pelo juiz Luiz Alberto Moro Cavalcante, a Corregedoria do TJM deferiu ambas as medidas.

O jornal O Estado de S. Paulo apurou que as interceptações telefônicas forneceram pistas que justificaram a realização de uma busca e apreensão realizada em 11 de fevereiro em um imóvel que seria frequentado pelo sacerdote em uma praia do litoral norte. Procurado pela reportagem, o comando da corporação informou apenas que “a Polícia Militar confirma a existência de um Inquérito Policial-Militar em andamento, para apurar denúncias de possíveis irregularidades na administração do capelão Osvaldo Palópito na Capelania Militar Santo Expedito”.

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Averiguação das contas – O Inquérito Policial-Militar (IPM) não é a única apuração feita no caso do capelão Osvaldo Palópito. Está em andamento ainda uma auditoria das contas da Capelania Militar da corporação. Segundo a Polícia Militar, o objetivo da auditoria em curso “nos processos referentes à administração da capelania” é a regularização da situação da Capelania “junto ao Ordinariado Militar do Brasil”. O Ordinariado Militar do Brasil é a circunscrição eclesiástica à qual estão subordinados os capelães. Ligado diretamente ao Vaticano, ele tem sede em Brasília e é dirigido pelo arcebispo d. Fernando José Monteiro Guimarães.

De acordo com a nota divulgado pela PM, “o inquérito corre em segredo de justiça”. Por isso, o comando da corporação não quis revelar detalhes sobre os indícios que existiriam contra o sacerdote ou sobre a acusação. “O capelão investigado ocupava o posto de tenente-coronel e requereu a sua transferência para a reserva no dia 31 de janeiro deste ano”, diz a nota.

(Com Estadão Conteúdo)

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