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Corregedoria aponta ação de organização criminosa na PM de SP

Em relatório sobre a investigação de uma chacina em Carapicuíba, órgão chegou à conclusão de que um grupo de policiais militares é responsável por crimes na região

Por Da Redação
20 out 2015, 08h11

Ao investigar a suspeita de participação de policiais militares em uma chacina em Carapicuíba, na Grande São Paulo, que deixou quatro mortos em 19 de setembro, a Corregedoria da Polícia Militar chegou à conclusão de que existe uma organização criminosa montada dentro da corporação que vem praticando vários crimes na região. Quatro PMs estão presos.

O relatório encaminhado à Justiça Militar é assinado pelo capitão Rodrigo Elias da Silva. Nele, o oficial pede a prisão dos sargentos Aquiles Rodolfo Coelho de Oliveira e Cristiano Gonçalves Machado e do soldado Luiz Fernando de Andrade, todos do 33º Batalhão.

Segundo as investigações, minutos depois da chacina, os PMs chegaram e mudaram a posição dos corpos. Um vídeo gravado por moradores da região, e exibido pela TV Globo, mostra que as vítimas foram mortas com o rosto voltado para o chão e com as mãos entrelaçadas na nuca. A gravação mostra a chegada de uma viatura com os policiais. Nas fotos feitas pelos peritos, que chegaram mais de uma hora depois, as vítimas estão em posições diferentes. Para a Corregedoria, os suspeitos modificaram a cena do crime.

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Os três policiais militares, em depoimento, negaram as acusações. Os mortos trabalhavam como entregadores em uma pizzaria e não tinham passagens na polícia. O capitão Rodrigo Elias da Silva afirma que “os crimes foram praticados por organização criminosa” que, segundo as investigações, se juntou para matar supostos responsáveis por roubar a bolsa da mulher do soldado Douglas Gomes Medeiros, que foi preso dias depois da chacina por ter sido reconhecido como um dos atiradores.

Na Corregedoria da PM, uma testemunha disse que as vítimas praticavam assaltos na região e o soldado Medeiros jurou vingança depois que a mulher foi roubada. A testemunha contou também que, logo depois dos assassinatos, PMs lhe disseram: “É, escapou, hein, mas vai morrer mais um monte…”.

O capitão da Corregedoria concluiu que “há um grupo organizado com clara intenção de praticar crimes em Carapicuíba”. “Observamos uma clara divisão de tarefas (executores, acobertamento e dissimulação de local de crime) entre os autores do delito e policiais militares.” E acrescentou que “há elementos nestes autos que denotam unidade de desígnios dos militares em serviço com o militar do Estado de folga para a prática dos homicídios”.

O secretário da Segurança Pública do Estado de São Paulo, Alexandre de Moraes, em recente entrevista, negou a existência de grupos de extermínio ou de organizações criminosas na Polícia Militar. “Existem pessoas que matam”, afirmou. Em nota, a secretaria informou que “os termos utilizados pela Corregedoria da PM apenas repetem a tipicidade penal” e Moraes mantém as declarações dadas anteriormente. O caso está em segredo de Justiça.

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Execuções – Em menos de três meses, vinte policiais militares foram presos por suspeita de envolvimento em duas chacinas e duas execuções. Nos quatro casos, 26 pessoas foram assassinadas.

Além da chacina de Carapicuíba, em 19 de setembro, com quatro mortos e quatro políciais militares presos, agentes da PM são os principais suspeitos de participar da maior chacina da história de São Paulo, que deixou dezenove mortos e cinco feridos, em Osasco e em Barueri, na região metropolitana do Estado. O crime aconteceu no dia 13 de agosto. Seis policiais e um guarda-civil estão presos. Outros dois PMs que eram investigados acabaram presos em flagrante por porte de arma e munição irregulares, durante uma operação realizada no último dia 8.

Em 7 de setembro, dois jovens suspeitos de roubar uma moto foram perseguidos e mortos por PMs do 16º e 23º Batalhão, no Butantã, na Zona Oeste da capital paulista. Fernando Henrique da Silva foi preso e jogado de cima de um telhado. Depois, foi morto com dois tiros. Já Paulo Henrique de Oliveira foi algemado e dominado na rua. Depois, foi executado. Seis PMs foram denunciados e permanecem detidos. Um vai responder em liberdade.

Nesta segunda-feira, a Justiça Militar decretou a prisão de dois policiais militares suspeitos de matar o vigilante Alex de Morais, de 39 anos, em Sapopemba, na Zona Leste. Os policiais registraram o caso como atropelamento, mas o laudo médico apontou que ele foi baleado na nuca.

(Com Estadão Conteúdo)

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