USP decide ampliar atuação da polícia no campus
Dois dias após a morte de um aluno no estacionamento da universidade, reunião de emergência decidiu pela entrada da Polícia Militar
O Conselho Gestor da Universidade de São Paulo (USP) decidiu, em reunião realizada nesta sexta-feira, que a Polícia Militar passará a atuar dentro do campus da universidade. O caráter da ação, que terá início imediatamente após a elaboração de um documento, será definido nos próximos dias. Entre os quarenta membros do conselho com direito a voto, apenas o representante do alunos foi contra a atuação da PM na universidade.
O Plano Emergencial de Segurança para a Cidade Universitária, elaborado no início do mês, foi revisto pelo conselho na reunião desta sexta-feira. O objetivo da medida é conter o surto de crime na universidade que, desde o início do ano, registrou dezenas de ocorrências de furtos e seqüestros relâmpagos.
A reunião ocorreu dois dias após o assassinato do estudante Felipe Ramos de Paiva no estacionamento da universidade. O aluno de ciências atuariais foi baleado na cabeça na noite desta quarta-feira ao deixar o prédio da Faculdade de Economia e Administração (FEA). A quinta-feira foi marcada por homenagens e atos pedindo mais segurança na universidade. Estudantes chegaram a se reunir com o vice-reitor, Helio Nogueira da Cruz, e outros representantes da USP para discutir a questão.
Em carta aberta, o centro acadêmico que representa os 3.500 estudantes da FEA posicionou-se a favor da decisão e afirmou que esta é a vontade da ampla maioria dos alunos, “como ontem foi nitidamente verificado tanto em nossa assembléia no período diurno quanto na do noturno”. Segundo o estudante Antonio Ravióli, diretor de comunicação do CA da FEA, um encontro na tarde desta sexta-feira vai reunir representantes dos centros acadêmicos para elaborar propostas para a atuação da polícia na universidade.