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Congresso conclui votação e dá aval à manobra fiscal

Emenda da oposição ao texto aprovado na semana passada foi rejeitada. Sessão mais uma vez ocorreu com as galerias vazias

Por Marcela Mattos Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 9 dez 2014, 19h28

O Congresso Nacional concluiu nesta terça-feira a votação do projeto que autoriza o governo a descumprir a meta fiscal deste ano. O texto principal foi aprovado na semana passada em tumultuada sessão que se arrastou pela madrugada, mas ficou pendente a análise de uma uma emenda proposta pela oposição – rejeitada nesta noite pela maioria governista. A matéria segue para a sanção da presidente Dilma Rousseff.

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A aprovação, na última semana, só foi possível após a presidente abrir o cofre e barganhar com seus aliados a apreciação da matéria: em decreto, Dilma condicionou a liberação de 444 milhões de reais em emendas – verbas destinadas para os parlamentares injetarem em obras em seus redutos eleitorais – à aprovação da mudança na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) programada para este ano.

O efeito prático da manobra fiscal é a redução da meta de superávit para 2014 de 116,1 bilhões para 49,1 bilhões de reais. A meta de superávit é a economia feita pelo governo para o pagamento dos juros da dívida. Diante do aumento dos gastos públicos em 2014, sem que houvesse também a elevação da arrecadação, o governo se encontrava em uma encruzilhada: se não mudasse a LDO, não conseguiria fechar as contas. Pior: sem a aprovação da manobra, Dilma poderia ser enquadrada em um processo por crime de responsabilidade fiscal por descumprir a lei orçamentária.

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Após rejeitar, na sessão anterior, as três emendas apresentadas pela oposição, o plenário do Congresso barrou a última sugestão de mudança ao texto nesta terça. A emenda, proposta pelo PSDB, tentava limitar as despesas discricionárias – aquelas que dão flexibilidade ao governo para decidir se executa ou não o gasto – ao mesmo valor que foi executado por essas despesas ano anterior. “Já que o governo alegou que não poderia ter superávit porque entende que as receitas caíram, é prudente que o governo estabeleça uma meta que determine que não vai gastar mais”, defendeu o deputado Domingos Sávio (PSDB-MG). A mudança ao projeto enviado pelo governo foi descartada por 247 votos.

“A maioria governista está limpando a cena do crime cometido pela presidente Dilma Rousseff, crime contra a ordem orçamentária do país. A oposição se opôs a isso de todas as formas”, disse o líder do PSDB no Senado, Aloysio Nunes (SP). “Essa votação vai ficar para a história econômica do Brasil e do mundo, porque ao final de um exercício fiscal o governo querer mudar a lei fiscal é algo absolutamente inusitado – para não dizer absurdo e inaceitável. E este fato retrata muito bem o desastre econômico do atual governo”, continuou o líder do DEM na Câmara, Mendonça Filho (PE).

A votação da manobra fiscal novamente ocorreu com as galerias vazias por ordem do presidente do Congresso, Renan Calheiros (PMDB-AL), após tumulto na semana passada ocorrido justamente quando ele determinou a retirada das pessoas que protestavam contra a votação. “Essa é uma sessão fantasma. Só não é totalmente fantasma porque tem a TV Câmara e a TV Senado transmitindo. O Brasil quer acompanhar esse projeto”, criticou o deputado Mendonça Filho (DEM-PE).

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