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Comissão de Ética aponta arrogância e falha grave de Lupi

Para o grupo, ministro afrontou a hierarquia ao duvidar que a presidente Dilma iria lhe demitir; comissão deve reavaliar pedido de exoneração em 30 de junho

Por Luciana Marques
1 dez 2011, 19h36

A Comissão de Ética Publica da Presidência avaliou que o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, teve “inquestionáveis” e “graves” falhas como gestor e agiu com arrogância em suas declarações públicas. A comissão recomendou à presidente Dilma Rousseff, nesta quarta-feira, que demitisse o ministro, porém o conteúdo do relatório sobre o tema só foi divulgado na noite desta quinta-feira.

O relatório da conselheira Marília Muricy diz que o ministro não preservou sua imagem pública em suas declarações sobre o caso. Ela citou as frases do ministro, como “só saio abatido à bala, porque sou pesadão” e “vou carregar o caixão de muita gente que quer me enterrar“. Marília avaliou que o ministro afrontou a hierarquia ao duvidar que a presidente iria lhe demitir. “Atitude em que se misturam aparente indiferença quanto à gravidade das acusações e certa dose de arrogância frente às possíveis consequências de seus atos”, diz o texto.

“Igual atitude vem mantendo o ministro face à sucessão de novas denúncias, da gravidade equivalente às que geraram este procedimento, tal como a de uso indevido de avião particular e a de receber salário, na condição de funcionário fantasma, durante longo período, sem qualquer prestação de serviço”.

A relatora diz ainda que Lupi não teve zelo por não tomar medidas “hábeis” ao ser alertado por órgãos de controle sobre irregularidades na pasta. Marília garantiu que não mudará de posição, apesar do pedido de reconsideração do ministro sobre a decisão. “De ontem para hoje não penso nada de novo”, disse. A decisão, no entanto, depende de todos os integrantes da comissão.

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Palavra final – O conselheiro Fabio de Sousa Coutinho afirmou ao site de VEJA que a decisão final da comissão deverá ser tomada no dia 30 de janeiro, quando está marcada a próxima reunião do grupo. Nada impede, no entanto, que a comissão marque uma reunião extraordinária para discutir o tema. Coutinho afirmou que, independentemente da decisão de Dilma, o grupo já cumpriu o seu papel.

“Cumprimos o nosso dever, apenas assessoramos a Presidência”, disse. “Se Dilma vai acatar ou não é problema dela”. A presidente pediu acesso aos argumentos em que a comissão se baseou para recomendar a demissão de Lupi.

Coutinho afirmou que o ofício com a decisão deverá ser encaminhado a Lupi nos próximos dias, junto com o relatório da conselheira Marília. Já o pedido do ministro para ter acesso à desgravação da reunião que deliberou sobre seu caso ainda deve ser analisada pelo grupo. “Nossa matéria-prima de trabalho é o sigilo, temos que defendê-lo”, disse Coutinho.

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