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Comércio do Rio quer indenização por prejuízos com manifestações

Associação Comercial do Rio de Janeiro prepara um documento para cobrar perdas do governo do estado, enquanto lojistas e empresários do setor hoteleiro criam fórum para discutir como evitar perdas com os protestos de rua

Por Pâmela Oliveira, do Rio de Janeiro
16 set 2013, 06h45

Cidade com a agenda mais intensa de protestos no país, o Rio de Janeiro completa nesta segunda-feira três meses desde um dos primeiros e mais emblemáticos confrontos entre manifestantes e policiais, na Quinta da Boa Vista, na tarde de 16 de junho, quando pais com crianças no colo corriam em desespero das bombas lançadas nas imediações do parque. O movimento conseguiu a redução das passagens e o cancelamento da demolição do Parque Aquático Júlio Delamare – um pleito de uma parte da sociedade fluminense. Mas a ação de grupos adeptos de ações violentas criou cicatrizes na cidade. Bairros como Laranjeiras e Leblon tiveram suas rotinas alteradas ao sabor de convocações em redes sociais. Dois segmentos da economia em especial sentiram os efeitos do excesso de passeatas e, principalmente, cruzadas de vandalismo: o comércio e o turismo.

A Associação Comercial do Rio prepara um documento para cobrar do governo do estado uma indenização pelas perdas causadas por fechamento de portas e destruição de patrimônio. “Estamos terminando um documento para pedir ao governador Sérgio Cabral que o estado indenize os lojistas que tiveram seus estabelecimentos destruídos. Isso ocorreu porque a polícia, que tem o dever de proteger o patrimônio público e privado, não cumpriu o seu papel”, afirma o presidente da Associação Comercial do Rio de Janeiro, Antenor Barros Leal. A estimativa de Leal é de que uma grande manifestação, com a que parou a Rio Branco e teve desdobramentos pela Zona Sul, é capaz de fazer o comércio perder metade de seu faturamento no dia. “Nas grandes manifestações, o comércio tem perda de faturamento de cerca de 350 milhões de reais, o que representa 50% de um dia normal”, diz.

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A preocupação com as manifestações levou a Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH), a Fecomércio e a Associação Comercial a criarem um fórum para discutir como evitar perdas. No último dia 2, o grupo teve um encontro com o vice-governador Luiz Fernando de Souza Pezão no Hotel Windsor, em Copacabana. Os empresários discutiram a ação da polícia durante as manifestações e criticaram especialmente um momento das manifestações: a estratégia adotada pela PM no dia 17 de julho, quando os PMs se limitaram a fazer a segurança no entorno da Rua Aristides Espínola, onde mora o governador Sérgio Cabral, e deixaram correr solta a onda de vandalismo que depredou lojas e bancos do Leblon e de Ipanema. Comerciantes e representantes do setor hoteleiro saíram do encontro com a promessa de Pezão de um novo encontro, dessa vez com o secretário de Segurança, José Mariano Beltrame.

“O impacto mais difícil de ser mensurado, e talvez o mais grave, é o desgaste da imagem do Rio no mundo”, disse o presidente da ABIH-RJ, Alfredo Lopes, acrescentando que apresentará a Beltrame um relatório dos estabelecimentos comerciais depredados e saqueados após as manifestações. Para o turismo, a maior ameaça é a perda de eventos de negócios. “As reuniões corporativas representam 60% da ocupação hoteleira do Rio. Qual empresa quer fazer eventos em uma cidade que pode ter manifestações violentas a qualquer hora, em qualquer lugar? Os confrontos estão se tornando rotina, não têm data certa para ocorrer e se espalham pelos bairros”, adverte Lopes.

“Foram três meses difíceis para o comércio no Rio. Isso representa um quarto do ano. Nossa esperança é que a lei aprovada na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), proibindo as máscaras, seja um divisor de águas. Não é aceitável que manifestações com intenção de destruir tenham o mesmo tratamento de manifestações democráticas”, compara Orlando Diniz, presidente da Fecomércio.

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