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Comandante da PM admite que policiais erraram ao atirar contra ônibus sequestrado no Rio

Inquérito foi instaurado para apurar se policiais foram os autores dos tiros que feriram passageiros. Segundo testemunhas, bandidos não efetuaram disparos

Por Rafael Lemos
10 ago 2011, 15h01

“Se há pessoas inocentes feridas é porque houve erros na operação. Não podemos negar que policiais efetuaram disparos com o objetivo de parar o ônibus. Não houve disparos de dentro para fora, caso contrário, os vidros estariam quebrados. Mas só a perícia pode confirmar”, avaliou Mário Sérgio

O comandante-geral da Polícia Militar do Rio de Janeiro, coronel Mário Sérgio Duarte, admitiu nesta quarta-feira que os policiais erraram ao disparar contra o ônibus sequestrado na noite de ontem, no centro da capital. Depois que os bandidos furaram o bloqueio das viaturas, os PMs decidiram atirar nos pneus para impedir que o ônibus seguisse a viagem.

“Se há pessoas inocentes feridas é porque houve erros na operação. Não podemos negar que policiais efetuaram disparos com o objetivo de parar o ônibus. Não houve disparos de dentro para fora, caso contrário, os vidros estariam quebrados. Mas só a perícia pode confirmar”, avaliou Mário Sérgio, em entrevista coletiva no quartel-general da corporação.

O comandante frisou, no entanto, que apesar de terem sido equivocados, os tiros alcançaram o seu principal objetivo, parar o ônibus. “O que parou o ônibus foram os tiros, dignos de cena de filme americano”, afirmou.

A PM evita classificar a ação como bem-sucedida, pois quatro pessoas foram feridas na cena do crime. O porta-voz da corporação, coronel Íbis, explica que não há um protocolo específico para esse tipo de ocorrência, mas que o episódio desta terça-feira servirá como aprendizado em casos futuros.

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“Em nenhum lugar do mundo existe um protocolo para isso. O que existe é um certo entendimento de algumas boas práticas. Nesse tipo de situação, é preciso parar o veículo para que seja iniciada a negociação. Mas existem outras formas de se parar um ônibus, sem disparos. Vale lembrar que havia uma granada lá dentro, que poderia reduzir aquele ônibus a pó. O que posso dizer é que vamos aprender muito com esse caso”, afirmou o coronel.

Segundo os relatos dos passageiros, nenhum dos quatro bandidos que conduziram a ação chegou a atirar. Foi instaurado um Inquérito Policial Militar (IPM) para apurar se as balas que feriram os passageiros saíram das armas dos PMs. Cinco policiais tiveram suas pistolas apreendidas e enviadas para perícia. Nenhum deles foi afastado.

Vítimas – Entre os feridos, o caso mais grave é o de Lisa Mônica Pereira, de 46 anos, baleada no tórax. Segundo o coronel Íbis, o médico que a operou é categórico ao afirmar que o tiro foi à queima-roupa, de cima para baixo.

“O depoimento dos reféns será fundamental para entendermos a dinâmica dos fatos. Sabemos, no entanto, que o relato das testemunhas, sobretudo num caso como esse, é afetado pela emoção. Portanto, é preciso cruzar esses depoimentos com as informações obtidas pelas perícias técnica e médica”, ponderou o coronel.

Outros dois passageiros foram baleados: Fabiana Gomes da Silva, de 30 anos, na nádega; e Josuel dos Santos Messias, 46, na perna. Além deles, o cabo da PM Marcos Alexandre França, que não participava da ação, foi baleado no ponto de ônibus. Na fuga, um dos bandidos disparou contra uma picape e acertou de raspão o pescoço do carona Alcir Pereira Carvalho.

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Um dos suspeitos de participar da ação foi preso quando tentava se internar no Hospital São Lucas, uma unidade particular de Copacabana. Ele foi identificado como Jean Júnior da Costa Oliveira, de 21 anos. A Polícia Civil informou que Jean é sobrinho do traficante Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira Mar.

O TRAUMA DO SEQUESTRO DO ÔNIBUS 174

A EVOLUÇÃO DOS NEGOCIADORES DA POLÍCIA DO RIO

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