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Com rejeição em alta, Sérgio Cabral estuda o melhor momento para deixar o governo

Governador deve deixar o mandato para abrir caminho para o vice, Luiz Fernando Pezão, e tentar voltar ao Senado em 2014

Por Cecília Ritto Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 3 set 2013, 11h19

O governador do Rio, Sérgio Cabral, tem uma necessidade: tornar o vice, Luiz Fernando Pezão, mais conhecido do eleitor para tentar manter o Palácio Guanabara com o PMDB a partir de 2014. Mas os três – Pezão, Cabral e o PMDB – também enfrentam, desde junho, uma sinuca. No momento, o governador, com recorde de reprovação da opinião pública, é um péssimo cabo eleitoral. Os mascarados e o vandalismo, que elegeram o governador do Rio como alvo mais frequente, complicaram – mas não inviabilizaram – o que seria um golpe de mestre do PMDB. Até então, o plano era a renúncia de Cabral no fim deste ano para abrir caminho para Pezão assumir o governo, ganhar visibilidade e chegar à campanha como um homem de obras, de carona nos investimentos do PAC e, possivelmente, de braço dado com a presidente Dilma Rousseff. A desincompatibilização de Cabral também possibilitaria a ele concorrer à vaga de senador, com o filho, Marco Antônio, candidato a deputado federal. A vontade do governador é de, apesar dos percalços criados com as manifestações, deixar o cargo entre o fim de 2013 e o início de 2014.

Aliados próximos do governador fazem a seguinte análise do momento da dupla Cabral-Pezão: o governador precisa sair do cargo, mas não pode, com isso, dar a entender que foi expulso e que os manifestantes o tiraram da cadeira. Para isso, seria necessário, até dezembro, prazo originalmente previsto para a saída de Cabral, melhorar os índices de aprovação do governo.

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Pesquisas internas do PMDB colocam Pezão apenas em quarto lugar na disputa pelo Palácio Guanabara. Em primeiro, afirma uma fonte próxima do governador, aparece o ministro da Pesca, Marcelo Crivella, que ressuscitou o plano de concorrer depois de assistir à derrocada de Cabral nas pesquisas. Crivella também foi sondado pelo senador Lindbergh Farias (PT) para uma possível candidatura a vice-governador. Depois, estão Anthony Garotinho e Lindbergh quase empatados. Pezão vem em seguida, à frente de Cesar Maia, do DEM. Entre Crivella e Pezão, a diferença é de sete pontos. Com o cenário embolado, o PMDB acredita que o vice, uma vez na cadeira de governador, teria mais chances em 2014.

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Quando o nome de Marcelo Freixo, do PSOL, é colocado na disputa, todos, com exceção de Crivella, descem uma posição. Freixo aparece em segundo. A análise dos peemedebistas é de que Freixo tira votos de Garotinho e de Lindbergh, que têm feito oposição ao governo Cabral. Pezão ganha os votos de quem defende a continuidade da gestão atual, o que, desde a onda de protestos, não tem sido uma alavanca à candidatura do vice-governador. Os índices de aprovação do governador despencaram a míseros 12% da população do estado, de acordo com a pesquisa CNI/Ibope no fim de julho.

Sair do governo antes da eleição é uma tática de Cabral para tornar Pezão menos dependente de um cabo eleitoral de peso. E, assim, o próprio Pezão passaria a defender seu governo – por mais curto que seja. Cabral gostaria que os secretários de estado que concorrerão à reeleição na Assembleia Legislativa do Rio ou na Câmara ficassem até o prazo da desincompatibilização, que é de seis meses antes da eleição.

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Com Cabral, devem desembarcar do governo os secretários da Casa Civil, Regis Fichtner, de Governo, Wilson Carlos, de Planejamento, Sérgio Ruy e de Saúde, Sérgio Côrtes. O PT também quer aproveitar a debandada para deixar as duas secretarias que ocupa, a do Meio Ambiente e Assistência Social, e investir no nome de Lindbergh. Pezão terá carta branca para montar a equipe.

A jogada de Cabral também está acertada com Eduardo Paes. Se Pezão virar o governador e se reeleger em 2014, a vaga de candidato do PMDB ao governo do estado em 2018 estará aberta a Paes, o que daria ao partido mais oito anos de horizonte no Guanabara.

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