O presidente da comissão processante do impeachment no Senado, Raimundo Lira (PMDB-PB), anunciou nesta segunda-feira que o colegiado vai reservar toda a próxima semana para a oitiva de testemunhas de defesa da presidente afastada Dilma Rousseff. Com isso, um possível depoimento da própria petista, originalmente previsto para o dia 20, só ocorreria a partir da última semana do mês. A alteração do calendário leva em conta o fato de ser preciso mais tempo para ouvir todas as testemunhas, principalmente depois de o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, ter autorizado que fossem elencadas até 40 testemunhas para Dilma – 32 para falar sobre quatro decretos de liberação de crédito suplementar e até outras oito para discutir a acusação de pedaladas fiscais via Plano Safra. Os decretos e as pedaladas são as acusações originais a embasar o processo de impeachment. Pelo calendário anterior, depois das testemunhas, em 20 de junho, a presidente afastada já poderia ser interrogada de maneira presencial ou representada por seu advogado. Na sequência, seria aberto prazo para as alegações finais escritas e o relatório no colegiado seria votado em 27 de julho, enquanto o juízo de pronúncia com a acusação formal contra Dilma discutido e votado no plenário do Senado nos dias 1º e 2 de agosto. Com a alteração anunciada por Lira, as datas serão agora alteradas em pelo menos uma semana. (Laryssa Borges, de Brasília)