Com assaltos em alta, Niterói quer ajuda do governo federal
Prefeito pediu socorro ao ministro da Justiça, por considerar que a polícia não consegue conter escalada da criminalidade na cidade da Região Metropolitana
Com favelas ocupadas por tropas federais e índices de criminalidade em crescimento, o Estado do Rio atravessa um momento delicado: os turistas da Copa do Mundo de 2014 estão a caminho, e as forças policiais não dão conta do aumento da violência. Esta semana, Niterói, cidade separada da capital pelos 13 quilômetros da Ponte Rio-Niterói, pediu socorro ao governo federal para combater os assaltos. O prefeito petista Rodrigo Neves foi a Brasília e reuniu-se com o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, para pedir o envio da Força Nacional de Segurança para patrulhar a cidade.
Em entrevista ao RJTV, da Rede Globo, Neves afirmou que a polícia “não está dando conta”. Como mostrou reportagem do site de VEJA, o mês de janeiro de 2014 foi o de maior volume de assaltos dos últimos dez anos no Estado. Em Niterói, o crescimento foi de 34,92% – houve 189 casos registrados em janeiro de 2013 e, no mesmo período deste ano, foram 255 as ocorrências contabilizadas pela Polícia Civil. Sabe-se que o total de roubos é muito superior a esses números, mas as estatísticas oficiais são o melhor termômetro da situação nas ruas e do comportamento da população.
Niterói, assim como cidades da Baixada Fluminense e regiões Serrana e dos Lagos, enfrenta o que os moradores chamam de “efeito colateral” da política de Unidades de Polícia Pacificadora (UPP). Com os morros da capital ocupados, afirmam os moradores desses locais, os criminosos abrigam-se onde o policiamento é deficiente. Os problemas ocorrem também onde há as UPPs: no Complexo do Alemão, na Rocinha e, mais recentemente, no Complexo da Maré – onde militares do Exército e da Marinha atuam ao lado de policiais militares – traficantes ainda agem e os tiroteios são frequentes.
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