Cinco ministros deverão se explicar na Câmara
Paulo Passos e Paulo Bernardo estão na lista; convites para esclarecer denúncias foram aprovados após acordo entre governo e oposição
A Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira convites a cinco ministros para que esclareçam denúncias que atingem suas pastas. Os requerimentos foram apresentados pelo deputado Vanderlei Macris (PSDB-SP) e aprovados pela comissão depois de um acordo firmado entre governo e oposição. Antes, os tucanos pediam a convocação das autoridades, o que as obrigaria a comparecer à Câmara.
A Presidência quer que os ministros falem logo sobre as acusações contra eles, evitando, assim, que o erro cometido por Antonio Palocci se repita. O então ministro da Casa Civil demorou a prestar esclarecimentos sobre o aumento de seu patrimônio e, quando o fez, já era tarde demais.
Esclarecimentos – O ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, falará sobre o esquema de pagamento de propina na pasta. Antes de se tornar ministro, Passos era secretário-executivo de Alfredo Nascimento. Já o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, terá de esclarecer se tem envolvimento em negociações de contratos para obras no estado do Paraná, sua base eleitoral. A acusação foi feita nos bastidores pelo então diretor-geral do Dnit, Luiz Antonio Pagot, que negou tudo depois em sabatina no Senado.
O ministro das Cidades, Mário Negromonte, deverá esclarecer denúncias de favorecimento a empresas doadoras de campanhas eleitorais. Por fim, os ministros do Desenvolvimento Agrário, Afonso Florence, e do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, deverão explicar denúncias de ocupação ilegal de terras em áreas de proteção ambiental e de assentamentos destinados à reforma agrária.
Ainda não há data para os depoimentos dos ministros na comissão. Os convites foram aprovados no momento em que o ministro da Agricultura, Wagner Rossi, prestava depoimento no Senado sobre denúncias de corrupção na Conab, revelada por VEJA.