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Cinchetto diz sofrer ameaças do PT e de sindicatos

Em entrevista a VEJA, Wagner Cinchetto revelou que um grupo de sindicalistas foi recrutado para elaborar dossiês contra adversários do presidente Lula

Por Luciana Marques
19 ago 2010, 08h26

“Eu tenho um dossiê completo sobre o movimento sindical brasileiro. E entregaria para o presidente Lula, se ele quisesse. Está em tempo de o governo corrigir os erros que comete”.

Fundador da Força Sindical, Wagner Cinchetto descreve-se como um homem-bomba. A VEJA, o sindicalista mostrou, nesta semana, um esquema de produção de dossiês contra os rivais do presidente Lula na disputa ao Palácio do Planalto durante as eleições de 2002. Entre os alvos, atuais parceiros políticos do presidente e da candidata Dilma Rousseff – como Ciro Gomes (PSB), Roseana Sarney (PMDB) e Anthony Garotinho (PR).

De acordo com Cinchetto, as operações eram financiadas pela Central Única dos Trabalhadores (CUT) e às vezes chefiadas pelo deputado federal Ricardo Berzoini (PT) e pelo prefeito de São Bernardo do Campo, Luiz Marinho (PT). O trabalho sujo era feito por sindicalistas ligados a Lula – que, por sua vez, teria conhecimento de todo o esquema.

Após a publicação da reportagem na revista, Cinchetto diz estar sendo perseguido e pressionado por governistas e sindicalistas – que não querem mais saber de revelações bombásticas partindo do ex-companheiro. Entretanto, ele não se intimida: “Não sou bandido nessa história”. E promete mais revelações em um livro de 600 páginas que está pronto para publicação. “Máfia Sindical – A história Secreta do Sindicalismo Brasileiro”, promete, segundo o sindicalista, uma viagem aos porões das organizações sindicais. O que inclui relações de promiscuidade, enriquecimento ilícito e muitas falcatruas.

Leia abaixo a íntegra da entrevista:

O senhor está sendo perseguido por petistas e sindicalistas?

A ideia do PT, do governo e das centrais sindicais é me prender. Eles estão tomando providências contra mim e tenho que me preparar com advogados. Não sou bandido nessa história. Pelo amor de Deus. Bandidos são eles. Eles querem me sufocar, pegar o Wagner para Cristo. São eles que se envolvem em corrupção, são eles que produzem seus próprios dossiês. Agora é crime levar isso ao conhecimento dos eleitores?

O grupo nega ter se encontrado com o senhor?

Todos os que conversaram comigo sabem que conversaram comigo. Mas fica essa hipocrisia. Nós temos que revelar o vinho que tomamos com eles, o cardápio da última reunião. Não estou fantasiando – todos os que estiveram comigo sabem disso. Entretanto preferem o silêncio. Estão achando que eu sou um boneco, que manipulei as informações. Não estou participando de jogo eleitoral, nem vou votar em nenhum candidato. Não estou interessado em eleição.

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Qual seu interesse, então?

Eu quero quebrar a máfia sindical. É o momento certo de o movimento sindical tomar um golpe duro porque é uma organização criminosa. Não abro mão de levar isso até o fim. Se a Polícia Federal e o Ministério Público me convocarem amanhã eu abro essa caixa-preta na frente deles. Com tudo: fotos, documentos, provas. Há uma base aliada formada na troca, no jogo do negócio sujo, com o presidente Lula na figura do coronel sindical. Votei no Lula em 2002 porque acreditava que ele ia fazer uma limpeza nos sindicatos, uma Operação Mãos Limpas.

O que seu livro vai contar?

O livro é uma bomba. Vai desnudar o rei e todos eles. Vai mostrar quem tem avião, quem tem lancha, quem tem patrimônio de mais de 20 milhões de reais, quem tem casa de prostituição. Eu tenho um dossiê completo sobre o movimento sindical brasileiro. E entregaria para o presidente Lula, se ele quisesse. Está em tempo de o governo corrigir os erros que comete.

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