A chuva que atinge o Rio de Janeiro desde o fim da tarde de segunda-feira já matou 72 pessoas em todo o estado. Outras 58 pessoas estão feridas, segundo balanço da Defesa Civil estadual. Pelo menos 39 estão desaparecidas. As áreas mais prejudicadas pela chuva são, na capital, Andaraí, Santa Teresa e Vila Isabel. Niterói, na região metropolitana, e Petrópolis, na região serrana, também têm mortos, feridos e desabrigados.
Por todo o Grande Rio há deslizamentos e ainda não há estimativa do total de desabrigados. Um abrigo de idosos no Cosme Velho teve que ser desocupado e moradores de casas próximas receberam os pacientes – um deles em estado grave, dependente de um respirador mecânico. A cidade do Rio está em estado de alerta para deslizamentos. A situação está mais crítica em Santa Tereza, onde equipes já retiraram de escombros 12 mortos e 15 pessoas continuam desaparecidas.
O prefeito Eduardo Paes pediu à população que evite se deslocar pela cidade, sobretudo em direção ao centro. A Lagoa Rodrigo de Freitas transbordou, e em vários pontos das avenidas Borges de Medeiros e Epitácio Pessoa é impossível distinguir o limite entre a pista e o espelho d’água. Paes, em entrevista durante a madrugada, atribuiu à prefeitura a responsabilidade sobre o tamanho do estrago e deu nota zero à infra-estrutura da cidade. A previsão é de mais chuva ao longo do dia.
Já nas primeiras horas da manhã, quem tentou chegar ao Centro da cidade ficou pelo caminho. A chuva que castiga a cidade desde a tarde de ontem impede a passagem de veículos nos principais corredores viários. A Avenida Brasil e a Linha Vermelha estão paradas e nem caminhões e veículos pesados conseguem vencer os alagamentos. Na Zona Sul, quedas de árvores no Jardim Botânico e no Leblon, e ruas inundadas em Laranjeiras e Botafogo impedem até quem tenta se deslocar dentro do bairro.
As pistas do Aterro do Flamengo em direção ao Centro também estão paradas devido a pontos de alagamento. O cenário é o mesmo na Avenida Francisco Bicalho, passagem obrigatória para quem chega da maior parte dos bairros das zonas Norte e Oeste.
As aulas estão suspensas. O campus da UFRJ, na Ilha do Fundão, na Zona Norte, está sem luz e sofre com as conseqüências da chuva desde a noite de segunda. Estudantes chegaram a dormir nos laboratórios da universidade. As dificuldades de acesso fizeram o Detran suspender as atividades. O mesmo fez a Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), que, sem boa parte de seus servidores, ficará fechada.
Prefeitura – “A situação é de caos. Todas as vias estão interrompidas e é um risco enorme para quem tentar sair de casa. Não saiam de casa, não levem seu filho à escola até que possamos avaliar melhor a situação e alterar a orientação. Ainda chove muito. Se preservem e tomem muito cuidado, principalmente as pessoas que moram em áreas de risco. A situação é muito crítica”, alertou o prefeito.
As autoridades pedem também que os moradores das áreas de risco nas encostas se dirijam imediatamente para locais seguros, evitando as vias urbanas que atravessam as montanhas da cidade. A prefeitura suspendeu as aulas na rede municipal de ensino e solicitou às escolas particulares que façam o mesmo.
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