Chuva ainda é incógnita para meteorologistas do Inpe
Região do Cantareira tem grande probabilidade de enfrentar temperaturas acima da média entre setembro e novembro deste ano, segundo o instituto
Esperada como a solução a curto prazo para amenizar a crise hídrica na Grande São Paulo e em parte do interior do Estado, a quantidade de chuvas que cairá sobre os mananciais paulistas ainda é uma incógnita para pesquisadores do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), que reúne as melhores informações da área no país.
“Não tem nada que indique um atraso nas chuvas no Sudeste, porém não temos nenhuma evidência que a próxima estação chuvosa seja abundante. Ainda assim, precisaria ser muito abundante para ajudar a recuperar os mananciais. Infelizmente, a previsibilidade para esta região ainda é baixa e precisamos aguardar novos modelos de previsão climática”, explicou o pesquisador do Inpe José Marengo, durante reunião climática do CPTEC, realizada na semana passada.
Tradicionalmente, a estação chuvosa no Sudeste tem início em outubro e vai até abril. Segundo Marengo, no caso da região onde ficam das represas do Sistema Cantareira – que registram volume de apenas 11,7% nesta terça -, o problema que culminou na atual crise hídrica não foi o atraso das chuvas em 2013, mas a baixa pluviometria registrada entre dezembro e fevereiro, meses que concentram 40% da chuva do ano inteiro. “Ainda temos de esperar como vai evoluir o padrão climático. Realmente, é muito difícil dizer hoje quando vai chover”, afirmou.
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Diante desse cenário, o CPTEC indica que a probabilidade de chover abaixo, dentro e acima da média entre setembro e novembro no Sudeste é a mesma. Já para a temperatura, os dados apontam uma probabilidade maior para que ela fique acima do normal na região.
Segundo a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), responsável pelo abastecimento de água em 364 dos 645 municípios paulistas, quanto maior a temperatura, maior o consumo. Para a estatal, foi a combinação de temperaturas recordes no último verão com a pluviometria mais baixa da história que levou à atual crise da água.
Quanto ao fenômeno climático El Niño, que provoca seca no Norte e chuvas intensas no Sul do país, Marengo disse que o impacto do fenômeno no Sudeste “é difuso”. Segundo o CPTEC, os dados indicam o estabelecimento da condição do El Niño no Brasil com intensidade qu varia de fraca a moderada.
(Com Estadão Conteúdo)