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Chefe dos entrepostos de drogas e armas do Rio, Da Rússia sai das sombras

O estupro coletivo de uma adolescente lança luz sobre as atividades de um dos grandes traficantes do Rio e seus “soldados”

Por Da Redação 12 jun 2016, 16h38

Caçado pela polícia há anos, Sérgio Luiz da Silva Júnior, conhecido como Da Rússia, dada a pele clara, vive nas sombras e se refugia na mata fechada no alto do Morro da Barão, na Zona Oeste carioca. Um dos grandes traficantes do Rio, ele também gosta de ser chamado de Lobo Mau. Comanda um vasto comércio de drogas e armas e uma sangrenta guerra contra facções rivais. Manda e desmanda. VEJA apurou que quatro homens já identificados como participantes do estupro coletivo de uma adolescente que chocou o país são integrantes de seu bando. Dois estão foragidos. Um deles, Moisés de Lucena, o Canário, que levou a garota para o local onde seria violentada, é um dos braços fortes da quadrilha liderada por Da Rússia.

O traficante, de 26 anos, trabalha sempre à noite e na madrugada. Por volta das 4h30, protegido por meia centena de asseclas, o chefão se embrenha na mata cerrada, uma extensão da Floresta da Tijuca. Apenas os marginais mais chegados sabem onde ele vai dormir. No matagal há barracas, um ou outro casebre de alvenaria, geradores e fogões improvisados. Da Rússia volta a descer à favela quando anoitece, para tocar os negócios. Seu ramo é o atacado. “Só de cocaína, chega a vender 100 quilos por semana”, calcula o delegado Márcio Dubugras. A movimentação financeira do “Bando do Lobo” passa de 6 milhões de reais por mês. Obcecado por armar sua quadrilha para conquistar territórios na cidade, Da Rússia compra armas, granadas e munição em tamanha escala que consegue até desconto. “Eles têm seguramente mais de 100 fuzis por lá”, diz o delegado federal Carlos Eduardo Thomé.

A floresta encravada no alto do morro, de acesso muito difícil para quem não é da área, foi justamente o que levou a quadrilha a se instalar ali. Em 2013, o bando de Da Rússia expulsou os milicianos que dominavam o lugar e virou o dono do pedaço. Os traficantes vinham do Complexo do Lins, na Zona Norte, então ocupado por uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP). Na época, Da Rússia era homem de confiança de Luiz Cláudio Machado, o Marreta, um dos barões do crime no Rio. Marreta foi preso no ano seguinte. Cumpre pena em presídio de segurança máxima. Da Rússia ainda lhe deve obediência, mas na prática é quem dá as ordens. Nos seus domínios, é juiz máximo de toda e qualquer disputa. Ali não se rouba e há poucos assassinatos, um modo de não atrair a polícia. O estupro da adolescente atrapalhou a azeitada estrutura montada pelo bandido, uma dessas figuras que brotam da inépcia das autoridades.

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