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Cerveró livra Dilma de responsabilidade por compra de Pasadena

Em sessão esvaziada pela oposição, o ex-diretor da Área Internacional da petroleira repetiu na CPI do Senado depoimento feito à Câmara, em abril

Por Talita Fernandes, de Brasília
22 Maio 2014, 14h58

O ex-diretor da Área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró repetiu nesta quinta-feira na CPI do Senado o depoimento feito por ele à Câmara, em abril. A sessão foi marcada pelo esvaziamento da oposição, semelhante ao que ocorreu na última terça-feira, quando os senadores ouviram o ex-presidente da estatal Sérgio Gabrielli. Cerveró voltou a explicar detalhes da compra da refinaria de Pasadena, no Texas. Ele minimizou a responsabilidade de Dilma no mau-negócio — a presidente disse que tomou a decisão com base em um relatório falho elaborado justamente pelo depoente. “Todos nós somos responsáveis pela compra de Pasadena, que foi uma compra acertada. Foi um acerto coletivo e colegiado porque é decisão do conselho”, disse. “As decisões são colegiadas tanto na diretoria quanto no conselho. São raríssimas as aprovações com divergências.”

Próximo ao PT e à base aliada do governo, Cerveró mostrou-se alinhado com o discurso governista. Negou veementemente que tenha enganado a presidente ou o Conselho por não ter incluído as cláusulas Put Option e Marlim no resumo executivo. “Não enganei a presidente. É extremamente injusto depois de quase quarenta anos de Petrobras ter esse tipo de consideração”, afirmou, dizendo estar convencido de que encaminhou todas as informações necessárias ao conselho da estatal. Cerveró ingressou na Petrobras em 1974, onde ocupou a Diretoria da Área Internacional da petroleira entre 2003 e 2008 e, posteriormente, a direção da BR Distribuidora até março deste ano.

“São cláusulas contratuais normais. A de Marlim é específica de proteção do negócio e a de saída (Put Option) é normal em qualquer contrato”, disse. A cláusula Marlim previa à belga Astra Oil, parceira inicial da Petrobras na compra, um lucro de 6,9% ao ano, independentemente das condições de mercado, e a Put Option obrigava a empresa brasileira a comprar a outra metade da refinaria caso houvesse desentendimento com a parceira da Bélgica.

Carro velho – Cerveró criticou a classificação de Pasadena como um negócio obsoleto. “Com o termo carro velho eu posso até concordar porque as refinarias, tanto nos Estados Unidos quanto no Brasil são antigas, mas é um carro velho todo modificado para as melhores condições de refino”, disse. O ex-diretor disse que é injusto avaliar a refinaria dessa forma porque o projeto inicial era de modernizá-la. Segundo ele, a intenção não foi levada a cabo porque a Astral Oil, então parceira da Petrobras no negócio, não quis ampliar os investimentos.

Convocações – Esperada para esta quinta-feira, a convocação do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa foi adiada por falta de quórum na Comissão. O ex-diretor foi solto na última segunda-feira por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF). Costa estava preso desde março, quando foi deflagrada a Operação Lava-Jato, que investiga um esquema de lavagem de dinheiro. Segundo o presidente da CPI, o senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), a convocação de Costa ficou para a próxima sessão. Vital do Rêgo anunciou que na próxima terça-feira a Comissão ouvirá a presidente da estatal, Graça Foster, o ministro José Jorge, do Tribunal de Contas da União (TCU) e outro ex-diretor da Área Internacional da Petrobras Jorge Zelada.

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