Caso Bruno: Detento que acusou Bola afirma ter sido ameaçado por policiais
Interrogado no Fórum de Contagem, Jailson Oliveira, que diz ter ouvido o réu admitir que matou Eliza Samudio, deu à Justiça nomes dos homens que o intimidaram
Por Pâmela Oliveira, de Contagem
23 abr 2013, 12h35
Primeira testemunha a ser ouvida nesta terça-feira no Fórum de Contagem, em Minas Gerais, onde é julgado o ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o detento Jailson Oliveira afirmou ter sido ameaçado por dois policiais civis desde que fez acusações contra o réu. Jailson deu nome aos homens que o ameaçaram: José Lauriano de Assis, o Zezé, e Gilson Costa, ambos investigados pela polícia de Minas Gerais como corréus do assassinato de Eliza Samudio. “Desde que eu denunciei ter ouvido o Bola contar que matou Eliza Samudio, venho sendo ameaçado quase todos os dias, tanto por presos quanto por policiais amigos dele. Minha mulher já foi derrubada no chão por um homem que mandou um recado para mim. Ele disse que eu tinha que procurar o advogado e negar tudo o que eu disse”, afirmou, ao ser interrogado pelo promotor Henry Castro, na manhã desta terça-feira.
Jailson conheceu Bola na Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem. Ele conta que durante a veiculação de uma reportagem sobre o crime em um canal de televisão, em que Bombeiros procuravam o corpo de Eliza em uma lagoa, ouviu Bola dizer que o corpo só seria encontrado “se os peixes falassem”. Jailson afirma que Marcos Aparecido contou ter queimado o corpo da jovem dentro de pneus e lançado as cinzas na Lagoa. Em depoimentos anteriores, o detento revelou o que seria um plano de Bola para matar a juíza Marixa Fabiane, o advogado de acusação José Arteiro e policiais envolvidos na investigação. Jailson disse que ocupava a cela 17, próxima da 15, onde estava Bola.
De acordo com Jailson, a primeira ameaça aconteceu em 28 de dezembro de 2011. Nesse dia, ocorreu a acareação com Marcos Aparecido dos Santos, no Departamento Estadual de Operações Especiais (Deoesp), em Belo Horizonte. Os policiais o ameaçaram enquanto ele aguardava a acareação. E Bola o ameaçou, segundo conta, ao cruzar com ele, depois dos depoimentos. Nesse mesmo dia, Jailson afirmou ter sido algemado a uma barra de ferro dentro de uma sala no Deoesp.
Seis meses depois, em 16 de julho de 2012, veio a segunda ameaça. O policial Gilson avisou que ele teria duas opções: fugir da cadeira – o que significaria não prestar novos depoimentos contra Bola – ou negar tudo o que havia dito. “O policial mostrou uma foto da minha mulher no telefone celular dele e me disse que se eu não fugisse ou me retratasse, minha mulher morreria”, afirmou. “Eles me disseram que tem mais gente envolvida na morte dela”, completou.
Na época, disse, ele não sabia quem eram os dois policiais. Depois, viu a fotografia dos dois na televisão. “Bola também me ameaçou na Deoesp”, acusou. O detento fugiu do centro de Remanejamento do Sistema Prisional (Cereps) em 17 de julho de 2012. Indícios apontam para facilitação da fuga. Ele foi recapturado pouco depois.
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