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Caso Amarildo: PMs são denunciados por subornar testemunhas

Segundo a investigação, policiais pagaram a duas testemunhas para que responsabilizassem um traficante pela morte do pedreiro da Rocinha

Por Eduardo Gonçalves Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 11 dez 2014, 13h16

O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro e o Ministério Público Militar apresentaram nesta quinta-feira nova denúncia contra quatro policiais militares envolvidos no desaparecimento do pedreiro Amarildo de Souza, em julho do ano passado, na favela da Rocinha, no Rio. O ex-chefe da UPP da Rocinha, major Edson Raimundo dos Santos, o tenente Luiz Felipe de Medeiros, e os soldados Newland de Oliveira e Bruno Medeiros Athanasio foram acusados de corromper testemunhas ao pagarem suborno para que elas relatassem, em depoimento, que Amarildo foi morto por um traficante da região.

Apontados como os cabeças da operação que buscou apagar os rastros do envolvimento de policiais na morte de Amarildo, Santos e Medeiros tiveram a prisão pedida pelo MP – os dois já estão presos cautelarmente por decisão da 35ª Vara Criminal do Rio de Janeiro. Os outros dois policiais devem responder pelo crime em liberdade.

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Segundo a denúncia, o crime de corrupção ativa de testemunhas foi praticado em duas oportunidades. Na primeira, a mando do major Edson Santos, os policiais pagaram 850 reais e alugaram uma casa fora da favela para a testemunha Lucia Helena dizer ao Ministério Público Militar que havia sido expulsa da Rocinha pelo traficante Thiago da Silva Mendes Neris, o Catatau, sob a ameaça de que ele faria com ela “o mesmo que fez com Amarildo”. Lucia é mãe de um adolescente que estava internado em um hospital sob escolta de policiais após ter sido baleado em um confronto.

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No segundo caso, os policiais combinaram entregar 500 reais e fraldas descartáveis para Wellington Lopes da Silva, conhecido como Chow Chow, em troca de um depoimento falso que responsabilizasse Catatau pela morte de Amarildo – em sua fala ao MP, ele teria dito que o pedreiro havia “vacilado” e, por isso, foi assassinado.

A farsa começou a ser desmontada quando os investigadores perceberam contradições no depoimento das testemunhas. Logo em seguida, Lucia Helena faria uma retratação sobre o que havia dito. Com as incongruências levantadas ao longo do processo, os promotores conseguiram obter a quebra do sigilo do telefone dos acusados. Segundo o MP, os diálogos interceptados confirmaram que os depoimentos foram combinados e que houve pagamento de suborno.

Além dessas provas, um novo laudo, produzido pelo Centro de Centro de Criminalística (CCRIM) da Polícia Militar, apontou que o PM Marlon Campos Reis, também acusado no processo, se fez passar pelo traficante Catatau, assumindo a autoria do crime. Na gravação, o policial afirma que já “botou o Boi [apelido de Amarildo] na sua conta”. A perícia fez um exame de voz nos 34 policiais citados na denúncia e concluiu que Reis foi o responsável pela fala – além da sonoridade da sua voz, a ligação partiu do mesmo local em que o policial estava na hora do telefonema.

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