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Caso Amarildo: Justiça decreta prisão de mais três PMs

Ao todo, 25 agentes da UPP da Rocinha foram denunciados. Dez deles já estão detidos, acusados de torturar até a morte o pedreiro que desapareceu em julho

Por Da Redação
22 out 2013, 20h59

A Justiça do Rio de Janeiro decretou nesta terça-feira a prisão preventiva de mais três policiais militares acusados de envolvimento na morte do pedreiro Amarildo de Souza, desaparecido desde o dia 14 de julho, quando foi levado de casa por agentes da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da Rocinha para averiguações. Ao todo, 25 PMs foram denunciados pelo Ministério Público até o momento. Dez já estão presos há quase 20 dias, entre eles o então comandante da UPP, major Edson Santos.

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Novos depoimentos ouvidos e perícia feita pelo MP permitiram identificar os quatro agentes envolvidos diretamente na tortura a que Amarildo foi submetido, entre eles o tenente Luiz Felipe de Medeiros, subcomandante da UPP na época. De acordo com a promotora Carmem Eliza Bastos, do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), o major Edson Santos esteve todo o tempo no contêiner da unidade, que não tem isolamento acústico. “Ele ouvia tudo o que acontecia e tinha domínio final do fato – ou seja, poderia pará-lo a qualquer momento”, destacou ela.

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Ainda segundo o MP, o pedreiro passou por choques elétricos, afogamento e sufocamento com saco plástico. “Não, não, isso não. Prefiro que me matem”, teria dito Amarildo, segundo Carmem, baseada no que disseram testemunhas. Até agora, cinco policiais militares envolvidos no caso colaboraram com a Justiça. Quatro deles são mulheres, que podem ter o benefício de redução de pena, em caso de condenação. Na semana passada, o major Edson e o tenente Medeiros foram transferidos para Bangu 8, para evitar que eles impeçam outros agentes de ajudar as investigações.

Envolvidos – Todos os denunciados responderão por tortura seguida de morte. Alguns ainda são acusados de ocultação de cadáver, formação de quadrilha e fraude processual. Enquanto Amarildo era torturado por quatro PMs, doze ficaram vigiando o movimento no entorno. Oito permaneceram dentro do contêiner da UPP, onde também estava o major Edson, e são considerados omissos por não terem feito nada para impedir o que ocorria. Entre os que tiveram a prisão preventiva decretada nesta terça, o sargento Reinaldo Gonçalves era o único que permanecia no cargo.

O MP também descobriu que os suspeitos chegaram a jogar óleo no chão para encobrir vestígios de sangue do pedreiro no local da tortura. Uma parte do grupo também se empenhou para confundir as investigações. Escuta feita pela polícia, com autorização da Justiça, comprovou que um dos envolvidos no crime se fez passar por um traficante da Rocinha, conhecido como Catatau, para indicar que ele teria mandado matar Amarildo.

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O soldado Marlon Campos Reis usou um celular capturado na favela para ligar para um policial infiltrado no tráfico. “Já botamo (sic) o Boi (Amarildo) na tua conta, neguinho”, disse, segundo o áudio revelado com exclusividade pelo Jornal Nacional, da TV Globo. A farsa teria sido articulada pelo major Edson, que sabia que a ligação seria monitorada. A perícia feita para comparar vozes dos policiais e do traficante deu negativa para Catatau e positiva para o soldado.

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