Cantareira vai liberar mais água para Bacia do Rio Piracicaba
Solicitação foi feita pelas prefeituras e indústrias da região de Campinas; sistema registrou nível de 8,4% nesta sexta-feira
A Agência Nacional de Águas (ANA) e o Departamento de Águas e Energia Elétrica do Estado de São Paulo (DAEE) autorizaram o aumento da vazão de água do Sistema Cantareira para a Bacia do Rio Piracicaba, em São Paulo. Segundo o comunicado, a decisão conjunta aumenta em 1.000 litros por segundo – de 4.000 para 5.000 – a liberação de água do manancial, em meio à pior seca dos últimos 84 anos. Nesta sexta, o manancial conta com apenas 8,4% da capacidade total de armazenamento.
Em meio à crise, a solicitação para que a agência reguladora liberasse o aumento da vazão do Cantareira para a bacia foi feita pelas prefeituras e indústrias da região de Campinas ao comitê da Bacia dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ). O volume de água que chega ao sistema continua abaixo da mínima histórica neste mês.
Nesta quinta-feira a ANA cobrou o governo de São Paulo sobre o cumprimento de um acordo firmado entre os dois para reduzir a vazão de água do Cantareira para 18.100 litros por segundo no próximo dia 30 e para 17.100 litros por segundo no dia 31 de outubro. Neste mês, a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo tem retirado do manancial 19.000 litros de água por segundo. Antes da crise, a retirada era de 30.000 litros.
Leia também:
Cantareira pode encher em 1 ano, acredita governo de SP
Em São Paulo, 2,1 milhões enfrentam racionamento oficial
À época, o governo Alckmin negou que existisse acordo. Nesta quinta, porém, a ANA afirmou que o acerto foi feito pessoalmente entre o presidente da agência, Vicente Andreu, e o secretário paulista de Saneamento e Recursos Hídricos, Mauro Arce. Segundo o órgão federal, “esta indefinição” e o “sucessivo adiamento” do plano de operação da Sabesp “dificultarão o necessário ajuste entre as disponibilidades e demandas por água nas regiões atendidas por este sistema”.
Nesta quinta, Arce repetiu que não há acordo. “Não houve fechamento (de acordo). Tratamos de ideias. Não foi uma coisa final para ser colada no site. Ainda estamos discutindo”, disse o secretário, que reclamou de uma suposta demora da ANA para reduzir a vazão do Rio Paraíba do Sul, que também sofre com a seca, para o Rio de Janeiro.
(Com Estadão Conteúdo)