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Campanha de Marina investe em ‘programa 2.0’ para combater ataques

Coordenadores do programa vão convocar imprensa para detalhar como propostas serão colocadas em prática

Por Talita Fernandes, de Vitória da Conquista (BA)
7 set 2014, 13h47

Depois de sofrer uma série de críticas direcionadas ao programa de governo, Marina Silva agora vai apostar em uma explicação mais aprofundada de suas propostas para responder aos ataques. Sua equipe de campanha está preparando uma espécie de “programa 2.0” para rebater às críticas do PT e do PSDB. A ideia é reunir especialistas que participaram da elaboração do programa para fornecer um detalhamento maior de como as propostas apresentadas serão colocadas em prática, caso Marina vença as eleições de outubro.

Na próxima semana, os coordenadores do programa, Neca Setúbal – educadora e herdeira do Banco Itaú – e Maurício Rands, ex-deputado, devem convocar uma entrevista coletiva para tirar dúvidas sobre as propostas. Ao lado deles, estarão especialistas de várias áreas para ajudar nas explicações.

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Depois de disparar nas pesquisas eleitorais e mostrar-se como favorita na disputa de segundo turno com Dilma Rousseff, a ex-senadora tornou-se o principal alvo de seus adversários, que antes duelavam entre si. Logo após lançar seu programa de governo, as críticas se intensificaram, e vão desde o recuo feito nas propostas à comunidade LGBT e a acusações de “plágio”, feitas tanto pelo PT quanto pelo PSDB.

Em resposta às acusações, a campanha do PSB disse que o programa de governo está sendo revisado. Enquanto o PSDB acusa Marina de copiar o Plano Nacional de Direitos Humanos do governo Fernando Henrique, o PT diz que o programa da ex-senadora usou, na íntegra, um discurso feito pelo físico Luiz Davidovich. Além disso, uma das principais críticas feitas a Marina refere-se ao recuo feito por sua campanha sobre as propostas feitas à comunidade LGBT. Um dia depois do lançamento do programa de governo, a equipe da candidata divulgou uma “errata” modificando o texto publicado. A medida provocou fortes críticas à Marina, inclusive de ex-apoiadores, caso do escritor Milton Hatoum.

Porém, as críticas à Marina não se concentram apenas ao seu programa de governo. No programa eleitoral, o PT chegou a compará-la aos ex-presidentes Jânio Quadros e Fernando Collor de Mello, numa sugestão de que ela não chegaria ao fim do mandato, caso seja eleita, como ocorreu com os dois ex-presidentes. Contudo, o ataque que mais irritou Marina foi a tentativa do PT de colar na candidata a pecha de ser a “inimiga do pré-sal”. Dilma tem usado seu programa eleitoral para exaltar o pré-sal, descoberto durante o governo Lula, e para dizer que Marina dedicou pouco espaço ao seu programa de governo para falar sobre os investimentos em petróleo. A petista também acusa a candidata do PSB de que vai privatizar bancos públicos, colocando programas sociais em risco, como o Bolsa-Família e o Minha Casa Minha Vida, ambos vinculados à Caixa Econômica Federal.

A equipe de Marina classifica as acusações como uma “cortina de fumaça” que o PT quer colocar sobre os escândalos envolvendo a base aliada do governo e a Petrobras. Para um coordenador de campanha, tal tentativa é de “aloprados”, lembrando como petistas ficaram classificados ao tentarem comprar um dossiê contra José Serra em 2006, então candidato ao Palácio do Planalto pelo PSDB. Ainda de que forma sutil, Marina decidiu responder aos ataques no programa eleitoral. No vídeo que foi ao ar no sábado, ela afirmou seu compromisso com os investimentos do pré-sal e disse que ele não será usado para “corrupção” em seu governo. Além disso, sua equipe de redes sociais tem intensificado publicações que possam mostrar que Marina manterá o Minha Casa Minha Vida e o Bolsa-Família.

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Soma-se a este cenário, a declaração do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa de que Eduardo Campos estaria entre os beneficiados de um esquema de corrupção abastecido pela Petrobras, relativos à Operação Lava Jato, deflagrado pela Polícia Federal em março deste ano. Como mostrou reportagem de VEJA desta semana, Campos aparece na lista de políticos citados por Costa durante depoimento à PF, feito por delação premiada.

Ao comentar o escândalo, a candidata Marina Silva defendeu seu ex-companheiro de chapa, Eduardo Campos. “Nesse momento, qualquer acusação sobre uma pessoa que não está aqui para se defender pode ser uma grande injustiça. Nós estamos aguardando as investigações porque queremos a verdade, porque não queremos ver Eduardo morrer duas vezes: pela fatalidade, ou por qualquer tipo de leviandade com seu nome e sua memória”, afirmou a ex-senadora.

Revelações – Reportagem de VEJA revelou que, em um acordo de delação premiada, Paulo Roberto Costa, ex-diretor da estatal, afirmou que políticos da base aliada à presidente Dilma receberam dinheiro de um esquema bilionário de corrupção na Petrobras. O rol de citados pelo delator inclui três governadores – entre eles Eduardo Campos -, seis senadores, um ministro de Estado e pelo menos 25 deputados federais que embolsaram ou tiraram proveito de parte do dinheiro roubado dos cofres da estatal.

De acordo com depoimento, o esquema funcionou nos dois mandatos do ex-presidente Lula e adentrou a atual gestão da presidente Dilma Rousseff.

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