Passeata de professores reúne 10 mil em Curitiba
Manifestantes protestam contra a repressão policial ao ato do 29, que deixou mais de 200 feridos
Os professores da rede pública estadual do Paraná fizeram nesta terça-feira uma nova manifestação no centro de Curitiba, em repúdio à repressão policial à manifestação do dia 29, que deixou mais de 200 feridos. De acordo com a Polícia Militar, o protesto reuniu cerca de 10.000 pessoas.
Os manifestantes começaram a se concentrar por volta das 9 horas na Praça 19 de Dezembro e seguiram em passeata até o Centro Cívico, onde ficam as sedes do Legislativo e Executivo estadual, em caminhada que durou pouco mais de uma hora. Eles repetiram o gesto do protesto do último dia 1º, quando tingiram de vermelho as águas do chafariz em frente ao Palácio Iguaçu, sede do governo. O ato desta terça-feira transcorreu sem tumulto.
Confronto entre professores e PM fere cerca de 200 em Curitiba
Para governador do Paraná, reação da polícia foi ‘natural’
Pouco antes da caminhada, os manifestantes desenharam no chão figuras representando os 213 professores, que, segundo a prefeitura de Curitiba, foram feridos durante o protesto contra um projeto do governo estadual (PL 252/15), que altera o sistema de previdência social dos servidores estaduais. Eles foram alvejados por tiros de borracha e bombas de gás disparados pela polícia. Segundo o governo estadual, vinte policiais também ficaram feridos.
PL – Aprovado no mesmo dia e sancionado pelo governador Beto Richa na última quinta-feira, o PL 252/15 modifica a fonte de pagamento de mais de 30.000 previdenciários, que passarão a ser pagos pelo Fundo Previdenciário dos Servidores Estaduais. A medida, segundo o governo, vai gerar uma economia de 125 milhões de reais aos cofres públicos. Os professores argumentam que a iniciativa compromete a saúde financeira do fundo, que terá de pagar mais do que arrecada. Por conta das divergências, os professores paralisaram as atividades há onze dias.
Foi confirmada para esta tarde uma assembleia para definir o rumo da paralisação de professores do estado. Além da posição contra o projeto sancionado, a categoria reivindica reajuste salarial de 13,1%, com pagamento retroativo à data-base de 2014, novo concurso e melhores condições de trabalho. Por causa da greve, quase um milhão de alunos estão sem aula no Estado.
(Com Agência Brasil)