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Cacciola deixa a prisão no Rio de Janeiro

Pivô de um dos maiores escândalos financeiros da história do Brasil, o ex-banqueiro conseguiu liberdade condicional após cumprir um terço da pena a que foi condenado

Por Da Redação
25 ago 2011, 18h04

O ex-banqueiro Salvatore Alberto Cacciola já deixou a prisão. Cacciola, de 67 anos, estava no Instituto Penal Plácido Sá Carvalho, no complexo penitenciário de Gericinó, em Bangu, e conseguiu na terça-feira liberdade condicional. Na tarde desta quinta-feira, ele saiu a pé, vestindo calça jeans e camisa branca, e entrou num Fiesta preto. O ex-banqueiro, pivô de um dos maiores escândalos financeiros da história do Brasil, foi condenado a 13 anos de prisão pelos crimes de gestão fraudulenta e desvio de dinheiro público. O livramento foi assinado pela juíza Natascha Maculan Adum Dazzi. Em julho, a pena do ex-banqueiro foi reduzida em um quarto, por decisão da juíza Roberta Barrouin Carvalho, da Vara de Execuções Penais. Com a redução, o ex-dono do Banco Marka já teria cumprido um terço de sua pena, o que abriu caminho para pedido de livramento condicional, regime no qual ele cumpriria em liberdade o restante de sua condenação.

Salvatore Cacciola tornou-se um dos maiores símbolos brasieliros do empresário inescrupuloso e confiante na impunidade. Ganhou muito dinheiro no mercado financeiro até fazer a aposta errada que quebrou seu banco. Em 1999, a desvalorização do real levou o banco Marka à bancarrota. Cacciola salvou-se numa nebulosa operação de socorro do Banco Central. Um ano e meio depois, foi preso enquanto tentava perder alguns quilos no luxuoso spa Kur, no Rio Grande do Sul. Ficou 37 dias atrás das grades e deixou a prisão, beneficiado por um habeas corpus. Aproveitando-se da cidadania italiana, mandou-se para Roma, onde continuou levando vida muito boa. Seu patrimônio saiu intacto do escândalo, à custa da ruína dos 1.300 investidores dos fundos do Marka.

Em 2005, foi condenado a 13 anos por apoio a peculato (crime em que funcionário público se utiliza do cargo para auferir vantagens pessoais) e gestão fraudulenta de instituição financeira. Continuou na Itália, e tão seguro de que não seria punido que, em 2007, acompanhado da namorada, resolveu passar um fim de semana em Mônaco – situação em que a cidadania italiana não o protegia. Foi preso pela Interpol e mandado de volta ao Brasil. Cacciola deve permanecer no Rio de Janeiro, onde vive sua namorada, a gaúcha Mirela Hermes.

Recurso – O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro informou, no fim da tarde, que deu entrada em um mandado de segurança na Justiça com pedido de liminar para suspender a decisão de soltura de Cacciola. De acordo com a nota, o MP também interpôs, na Vara de Execuções Penais, recurso para reverter a decisão que concedeu o benefício de livramento condicional. A alegação é de que o ex-banqueiro “não pode gozar deste direito sem haver reparado o dano que gerou à União”, como exige o Art. 83, Inciso IV, do Código Penal.

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