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Bumlai, o amigo de Lula, agora é réu na Lava Jato

Segundo os investigadores, o empresário integrou um esquema de corrupção envolvendo a contratação da Schahin pela Petrobras

Por Laryssa Borges Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 15 dez 2015, 16h36

O juiz federal Sergio Moro aceitou nesta terça-feira denúncia contra o pecuarista José Carlos Bumlai e outras dez pessoas, transformando o grupo em réu por crimes como lavagem de dinheiro, corrupção ativa e passiva e gestão fraudulenta. Segundo os investigadores, o empresário e amigo do ex-presidente Lula integrou um esquema de corrupção envolvendo a contratação da Schahin pela Petrobras para operação do navio sonda Vitoria 10000 e a concessão de um empréstimo fictício para lavar propina que seria encaminhada ao PT.

A transação envolvendo o navio sonda só ocorreu após o pagamento de propina a dirigentes da Petrobras e ao PT. A exemplo do escândalo do mensalão, o pagamento de dinheiro sujo foi camuflado a partir da simulação de um empréstimo no valor de 12,17 milhões de reais do Banco Schahin, com a contratação indevida da Schahin pela Petrobras para operar o Vitoria 10000 e na simulação do pagamento do suposto empréstimo com a entrega inexistente de embriões de gado.

Em janeiro de 2005, quando venceu a primeira parcela do empréstimo, o débito continuou sem ser pago porque, na avaliação do ex-presidente do Banco Schahin Sandro Tordin, “muito embora a Schahin tivesse conseguido contratos com a Petrobras para operar sondas de águas rasas, os valores ainda não compensariam o empréstimo concedido”. “O empréstimo teria como destinatário real o Partido dos Trabalhadores, tendo José Carlos Bumlai sido utilizado somente como pessoa interposta”, disse o juiz Sergio Moro ao aceitar hoje a denúncia contra Bumlai.

Segundo o magistrado, existem indícios suficientes de participação do pecuarista no esquema. Além dele se tornaram réus hoje a nora do empresário Cristiane Dodero Bumlai e o filho dele Maurício Bumlai, o ex-gerente da Petrobras Eduardo Musa, o lobista Fernando Baiano, o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, os ex-diretores da Área Internacional da Petrobras Jorge Zelada e Nestor Cerveró e os executivos do Grupo Schahin Fernando Schahin, Milton Taufic Schahin e Salim Taufic Schahin.

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Em depoimento à Polícia Federal nesta segunda-feira, pela primeira vez José Carlos Bumlai admitiu que tomou o empréstimo para repassar os valores ao PT e detalhou que o dinheiro foi pedido pelo ex-tesoureiro da sigla Delúbio Soares, que alegou que “se tratava de uma questão emergencial e que o dinheiro seria devolvido rapidamente”. Na transação, o também ex-tesoureiro petista João Vaccari Neto atuou diretamente, acompanhando a contratação do navio sonda usado para camuflar o repasse de dinheiro ao partido.

Esclarecimentos – No despacho em que recebeu a denúncia contra Bumlai, o juiz Sergio Moro pediu esclarecimentos ao Ministério Público sobre a situação do ex-presidente do banco Schahin Sandro Tordin, que não foi denunciado embora, segundo o magistrado, “tenha, aparentemente, participado objetivamente dos fatos delitivos”.

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