BRT é o transporte mais barato para o Galeão
Corredor expresso começou a operar nesta quarta-feira e custa 3 reais. Linha conecta aeroporto com o metrô, na Zona Norte, e com o terminal de ônibus Alvorada, na Barra da Tijuca. Pedestres se arriscam e atravessam pistas do corredor expresso, o que é proibido
Começou a operar nesta quarta-feira o primeiro transporte público de grande capacidade ligado ao Aeroporto Internacional do Galeão, na Zona Norte do Rio de Janeiro. O corredor expresso de ônibus BRT Transcarioca é a única obra de mobilidade do projeto de Copa do Mundo no Rio, e conecta, desde já, o Galeão ao terminal rodoviário Alvorada, na Barra da Tijuca – passando também pela estação do metrô de Vicente de Carvalho, opção para quem quer chegar ao Centro ou à Zona Sul sem passar pela Barra. O Transcarioca ainda ganhará linhas que param nas 46 estações e precisa ser concluído – há sinalização e gradeamento ainda em instalação. Mas começa com vantagens em relação aos demais meios de transporte: é, por exemplo, a forma mais barata de chegar ao aeroporto, com tarifa de 3 reais. É mais acessível que os ônibus especiais azuis, que custam 13,50 reais.
Mesmo para quem precisa pegar alguma conexão, como ônibus regulares (3 reais) ou metrô (3,50), a tarifa do Transcarioca ainda sai mais em conta. Outra vantagem do BRT é o tempo de deslocamento. Os ônibus articulados fazem em 1h30 minutos o percurso de 39 quilômetros, que corta 27 bairros da cidade – trajeto que os ônibus comuns levam cerca de 1h50 para cumprir. A conexão com a estação do metrô de Vicente de Carvalho fica a 30 minutos do Galeão – único ponto de parada da linha em operação, chamada de “semidireto”. De acordo com a prefeitura, o BRT Transcarioca vai transportar 320.000 passageiros por dia, quando todas as linhas estiverem em operação.
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A ligação é com a linha 2, na estação Vicente de Carvalho. O acesso é por uma passarela e exige pagamento de mais 3,50 de tarifa. Em dez minutos, chega-se à Estação Maracanã, que dá acesso ao estádio. A linha 2 também leva até os bairros da Zona Sul. Para ir até Botafogo, o passageiro pode permanecer na linha 2. Caso queira seguir até Ipanema ou Copacabana, é preciso desembarcar e fazer a conexão com a linha 1.
O percurso, segundo os motoristas do BRT, poderia ser feito em menos tempo se o corredor expresso não fosse invadido por pedestres e motoristas, que ignoram a sinalização e obrigam o BRT a reduzir a velocidade ou até mesmo parar na via. O problema da convivência entre linhas expressas e o trânsito urbano é um ponto de atenção do projeto, que, na Barra, já teve acidentes e mortes.
Na manhã desta quarta-feira, a reportagem de VEJA usou o BRT e presenciou o momento em que um veículo particular quase provocou um acidente com um ônibus do BRT, em Madureira, na Zona Norte. O carro, que seguia em alta velocidade, trafegava na contramão do corredor expresso e saiu da via a poucos metros do veículo articulado, que seguia em direção ao terminal Alvorada com cerca de 120 pessoas. A bandalha, no entanto, não é exclusividade dos carros particulares. A reportagem do site de VEJA flagrou um Fiat Uno prata, com uma placa de prestador de serviço do BRT, trafegando na contramão da ponte estaiada da Ilha do Governador.
Sinalização – As duas estações do BRT do Galeão funcionam no primeiro pavimento dos terminais 1 e 2. O problema, no entanto, é que não há qualquer placa nos outros andares. O posicionamento das bilheterias é outras reclamação dos passageiros, que encontram dificuldades para identificá-las. No terminal 1, por exemplo, nem mesmo funcionários que estavam a poucos metros da bilheteria sabiam indicar o local aos passageiros. “Andei bastante até achar a bilheteria. Uma funcionária com um jaleco escrito “posso ajudar” chegou a dizer que eu deveria comprar o bilhete na estação. Quando cheguei, o guarda me disse que a bilheteria era dentro do aeroporto”, contou a carioca Fabiana Maciel, de 35 anos, que chegou do Nordeste. “A bilheteria deveria ser mais bem sinalizada”, disse.
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