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Brasil receberá 400 mil católicos para trabalho voluntário

Fiéis chegarão ao país uma semana antes da Jornada Mundial da Juventude, o maior evento católico do mundo, que deverá reunir 2 milhões de pessoas no Rio

Por Cecília Ritto Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 8 jan 2013, 11h04

Na semana que antecede a Jornada Mundial da Juventude (JMJ), 400 mil católicos inscritos para fazer trabalho voluntário vão desembarcar no Brasil. A Pré-jornada foi rebatizada no país como Semana Missionária, e acontecerá entre os dias 16 e 20 de julho deste ano. Três dias depois será dado início à JMJ, o maior evento católico do mundo, capaz de reunir dois milhões de jovens no Rio de Janeiro. A Semana Missionária, diferentemente da jornada, acontecerá em todo o Brasil. A região sudeste será a que mais receberá católicos chegados de outros países. São Paulo abrigará 40.000, sendo 30.000 italianos. O Rio de Janeiro terá 60.000 estrangeiros que, entre outras atividades, ajudarão a limpar os rios de Valença e Volta Redonda. Na Espanha,em 2011, a Pré-jornada recebeu 120 mil pessoas.

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) enviou cartas aos encarregados de todas as 272 dioceses perguntando quem gostaria de acolher os jovens e qual era a capacidade de cada uma. A partir daí, o fiel poderá selecionar para qual estado quer ir. No Amazonas, por exemplo, será feito trabalho com as populações ribeirinhas. Também estão incluídos na semana precedente à jornada atividades em asilos e orfanatos.

Jornada Ecumênica – Passados os cinco dias da Semana Missionária, os jovens irão à capital do Rio de Janeiro para o evento principal, a Jornada, do dia 23 ao 28. O Comitê Organizador Local (COL) tem feito um esforço para atrair não só os jovens católicos. Esta será a primeira jornada institucionalmente ecumênica. Igrejas evangélicas históricas (como a Luterana e a Batista) entraram em contato com a arquidiocese do Rio para participar e deixar as portas abertas aos seus fieis evangélicos interessados em se hospedar no local. No caso das pentecostais – como a Assembleia de Deus e da Universal do Reino de Deus – a Igreja Católica convidou, mas ainda não recebeu a resposta de algumas. “Queremos mostrar aos jovens que a diferença não cria dificuldade”, disse dom Antônio, vice-presidente do COL.

A Igreja afirma ser coincidência. Mas o fato é que a jornada acontece justamente no estado onde havia, em 2010, os menores percentuais de católicos (45,8%) e os maiores índices dos sem religião (15,5%), segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O fator ecumênico também vem a calhar: a mesma pesquisa revelou que os evangélicos cresceram no estado e chegaram a 29,4% da população fluminense. Os padres são uníssonos ao dizer que a JMJ nada tem a ver com esses índices. No entanto, reafirmam o caráter evangelizador do evento. “A jornada não é um evento reacional. Isto é, não está reagindo diante de uma pesquisa onde se revelam números a respeito dos católicos em diminuição. A jornada não foi organizada para aumentar o numero de católicos. Mas, sem dúvida, a jornada é uma das formas de nova evangelização”, afirmou dom Antônio.

“Os jovens têm nova dinâmica nas suas vidas, novo método de comunicação, nova linguagem. Isso exige da parte da Igreja, como de qualquer corpo vivo, uma renovação. E a igreja está em renovação há 2.000 mil anos”, afirmou. Em uma postura mais sóbria do que outros setores do catolicismo, dom Antônio se mostrou menos resistente ao avanço de outras crenças. “O avanço da religião evangélica nos serve para dar graças a Deus porque são vários caminhos que conduzem a Ele. E Cristo já nos deu a análise deste fenômeno: ‘Quem não está contra mim está comigo'”, disse, lançando um dos argumentos usados para atrair jovens das mais diversas religiões à jornada.

Inscrições – Até o momento, 70 mil jovens de 128 países se inscreveram para participar do evento. A expectativa é de que esse número fique na casa do um milhão. As inscrições vão até as vésperas da jornada, dia 22 de julho. Por enquanto, a Igreja conseguiu 200.000 lugares de hospedagem. Ainda é preciso arrumar mais 850.000. os jovens podem pagar pacotes que variam de 100 a 600 reais. Eles ficarão em casas de famílias ou em igrejas, escolas e ginásios que abrirão as portas para a jornada. Dependendo do pacote escolhido, o fiel receberá vale-transporte e alimentação. O sindicato de nutricionistas, em parceria com a Igreja católica, criou pratos de 10 a 15 reais, com 2.300 calorias, para oferecer aos restaurantes que os façam durante a jornada para que os estrangeiros consigam pagar com o ticket.

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Os jovens ficarão espalhados pelo Rio, agrupados por regiões de acordo com a nacionalidade. Eles se locomoverão através do transporte público. Apenas na ida a Guaratiba, na zona oeste – onde será feita a vigília e a missa de encerramento, com a presença do papa Bento XVI -, que terão de percorrer um trecho de 13 quilômetros a pé. Os peregrinos poderão ir até o Recreio, Campo Grande ou Santa Cruz de transporte. Mas no trecho final, onde a Avenida das Américas ficará fechada ao trânsito – apenas em casos especiais será aberta, como para a passagem de autoridades ou idosos e crianças -, cruzarão andando. “A jornada não é turismo. É um momento de peregrinação, de vivencia espiritual. E peregrinar não é uma solução logística. Caminhar em direção a Cristo faz parte. Em todas as jornadas isso é feito”, afirmou dom Antônio.

Custos – A Igreja não fala de gastos, porque não se trata de “comércio”, segundo os padres. Mas, em Madri, a jornada custou 70 milhões de euros. É gerou 354 milhões de euros em investimento no país, sendo 200 milhões na capital. No Brasil, 50% dos recursos virão dos jovens inscritos”, disse.

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