Em reunião nesta quarta-feira, a presidente Dilma Rousseff fechou um acordo com o presidente do Haiti, Michel Martelly, para deter a imigração em massa de haitianos para o Brasil. Em discurso após o encontro, Martelly afirmou: “A presidente do Brasil nos prometeu que serão assinados 1.200 vistos aos haitianos. Esses vistos, que não serão permissões de trabalho, permitirão aos haitianos ir ao Brasil sem passar por redes de atravessadores”.
Dilma ainda prometeu reforçar a cooperação do Brasil com o país mais pobre do continente americano. O Brasil se comprometeu a construir alojamentos sociais para os afetados pelo terremoto e incentivar os investimentos privados brasileiros no Haiti.
Antes de deixar a ilha, Dilma visitou a base dos capacetes azuis mobilizados desde 2004 em meio à Missão da ONU para a Estabilização do Haiti (Minustah). Dilma prestou homenagem aos soldados brasileiros, lembrou que o Brasil reduzirá gradualmente sua presença militar no Haiti, enquanto trabalhará em uma comissão mista com o governo haitiano que quer colocar em andamento uma força de segurança que substitua a Minustah.
A presidente chegou nesta quarta-feira a Porto Príncipe, onde foi recebida por Martelly, e pelo primeiro-ministro, Garry Conile. Uma grande faixa no aeroporto dizia “Bem-vinda à nossa casa”. Os líderes se dirigiram imediatamente ao palácio presidencial para iniciar as negociações.
Na segunda-feira, o Brasil anunciou que alocou mais de 500.000 dólares para ajudar os mais de 4.000 imigrantes haitianos que estão recebendo o visto de residência permanente. Os estados do Acre e do Amazonas, que fazem fronteira com o Peru, viram chegar ao país um grande número de haitianos ilegais desde o terremoto, que deixou 15% de toda a população do Haiti – de quase 10 milhões de pessoas – desabrigada ou morta.
(Com agência France-Presse)