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Brasil atingiu, em 2010, menor patamar histórico de desigualdade de renda

Desde o Real, a pobreza caiu 67,3%. Avanço em 17 anos supera, em termos percentuais, a meta de redução da desigualdade da ONU, para 2015

Por Cecília Ritto Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
3 Maio 2011, 16h25

Se os anos 80 foram marcados pela redemocratização e os 90 pela estabilização da economia, a partir de 2000 vivemos um período em que se acentuou a redução da desigualdade”, afirmou Marcelo Neri.

O Brasil conseguiu atingir, nos anos 2000, o menor nível de desigualdade de renda da história. A conclusão é de uma pesquisa divulgada na manhã desta terça-feira pelo Centro de Polícias Sociais da Fundação Getúlio Vargas (FGV). O estudo toma como base o índice de Gini, que começou a ser calculado nos anos 60. Com esse resultado, segundo o professor e economista Marcelo Neri, o país conseguiu reverter todo o crescimento da desigualdade registrada nas décadas de 60, 70 e 80. “Se os anos 80 foram marcados pela redemocratização e os 90 pela estabilização da economia, a partir de 2000 vivemos um período em que se acentuou a redução da desigualdade”, afirmou Neri.

O estudo mostra que a renda per capita dos 10% mais pobres cresceu 69% entre 2001 e 2009. Entre os 10% mais ricos, o ganho foi de 12,58%. A renda per capita média do brasileiro neste período subiu 23,7% em termos reais. “É como se os pobres vivessem em um país que cresce como China e os mais ricos em um país estagnado”, comparou Neri.

Apesar do bom resultado, o pesquisador ressalta que a desigualdade de renda medida pelo índice de Gini no Brasil ainda está abaixo dos padrões dos países de primeiro mundo. O índice de Gini brasileiro está em 0,5304, acima do de 0,42 dos Estados Unidos – quanto mais próximo de 1, pior a desigualdade. “Acredito que ainda vai demorar mais uns 30 anos para que possamos chegar aos níveis dos EUA”, prevê o pesquisador.

Desde o Real, a pobreza caiu 67,3%. Só no ano passado, a queda foi de 16%. O avanço na redução da desigualdade nos últimos 17 anos é comparável a uma evolução que supera, em termos percentuais, a primeira meta do milênio da ONU, que é reduzir em 50% a pobreza no prazo de 25 anos. De 1º de julho de 1994 – início do Real – a 31 de dezembro de 2002 – fim do governo Fernando Henrique Cardoso – a pobreza caiu 31,9%. Na era Lula – janeiro de 2003 a dezembro de 2010 – a redução foi de 50,6%. “Os últimos 17 anos foram históricos nas conquistas tupiniquins. O Brasil passou por sucessivas e cumulativas transformações. Somos hoje maiores e melhores do que éramos no passado. O Brasil de 2010 não cabe no de 1994”, analisou o economista.

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(Com Agência Estado)

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