Bola chega para depor, mas não responde a perguntas
Ex-policial ouviu, sem responder, 30 perguntas feitas pelos investigadores da polícia de MG
Segundo a polícia, a jovem foi morta a mando do goleiro Bruno em vingança pelo fato de ter-se recusado a abortar um filho que seria dele
O ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, suspeito de matar Eliza Samudio, ex-amante do goleiro Bruno, se negou a prestar depoimento no Departamento de Investigações da Polícia Civil de Minas. O advogado de Marcos afirmou, por volta das 15h30, que seu cliente optou por só falar em juízo. Bola ouviu, sem responder, 30 perguntas feitas pelos investigadores.
“Por minha orientação, meu cliente não vai falar. Foi orientado a dizer que é inocente até que se prove o contrário. Meu cliente afirma não conhecer o Bruno nem a turma dele”, explicou Zanone Manoel Oliveira Júnior, que representa o ex-policial.
Estão no Departamento de Investigações neste momento dois amigos do jogador – Flávio Caetano de Araújo, o Flavinho, e Wemerson Marques de Souza, o Coxinha – e o administrador do sítio de Bruno em Esmeraldas, Elenílson Vítor da Silva. Os três são defendidos pelo advogado Ércio Quaresma, que também tem orientado seus clientes a não depor à Polícia Civil.
Eliza desapareceu no início de junho. Um adolescente de 17 anos, primo de Bruno, afirmou à polícia que ela foi morta. O corpo da suposta vítima ainda não foi localizado. A jovem tentava provar na Justiça que o jogador é pai de seu filho de 4 meses.
Crime – Segundo a polícia, a jovem foi morta a mando do goleiro Bruno em vingança pelo fato de ter-se recusado a abortar um filho que seria dele. Atraída para uma emboscada, Eliza foi mantida em cativeiro, seguidamente espancada e psicologicamente torturada. Morta, teve o corpo esquartejado e atirado a cães ferozes.
A polícia tem razões para suspeitar que os cães da raça rottweiler que receberam os restos mortais de Eliza já haviam se alimentado de carne humana. Isso porque o ex-policial, que também era segurança de Bruno e dono da Casa onde Eliza morreu – responde a um inquérito em que é acusado de pertencer a uma quadrilha de extermínio.
Um dos pontos investigados é que o grupo de Santos reservava às suas vítimas o mesmo destino que a polícia supõe ter sido o de Eliza: levadas à casa do ex-policial, onde foram encontradas caixas de armas e munição, elas eram esquartejadas e tinham pedaços de seus corpos lançados aos cães.