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Bangu 8 abre exceções para banqueiro

André Esteves não teve os cabelos raspados, como ocorre com qualquer detento do sistema penitenciário. Sua mulher conseguiu uma autorização especial para vê-lo, não passou pela revista de raio-X nem teve de enfrentar a fila das visitas. O bacalhau do Antiquarius, seu almoço no sábado, também não foi vistoriado

Por Leslie Leitão
30 nov 2015, 19h25

Desde que foi preso pela Operação Lava Jato no último dia 25, André Esteves, dono do BTG Pactual e do BSI suíço, já descumpriu diversas regras do sistema penitenciário do Rio de Janeiro. O nono homem mais rico do Brasil, com fortuna avaliada pela revista Forbes em 9 bilhões de reais, conseguiu, por exemplo, manter o cabelo intacto, algo vetado para todo aquele que ingressa nas cadeias fluminenses. A regra diz que os presos têm de ter o cabelo raspado já na unidade de triagem. A mulher do banqueiro, que o visitou no sábado, entrou no Complexo de Gericinó de carro, junto com um advogado, e foi direto até o portão principal da Cadeia Pública Pedrolino Werling de Oliveira, o Bangu 8, onde ele está preso. Não enfrentou fila, não teve de entrar no ônibus que faz o transporte interno entre todas as unidades prisionais e não teve de passar pelo obrigatório scanner corporal (raio-X). Nem mesmo a refeição que levou para o banqueiro – bacalhau preparado pelo restaurante Antiquarius – foi vistoriada.

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No domingo, o ministro Teori Zavascki transformou a prisão temporária de cinco dias do banqueiro em preventiva (sem prazo determinado), mas ele ainda poderá recorrer à 2ª Turma do STF. Enquanto não consegue a liberdade na Justiça, André Esteves conta com a boa vontade das autoridades estaduais. Foi o próprio secretário de Administração Penitenciária (Seap), coronel Erir Ribeiro Costa Filho, quem deu uma autorização especial para a visita do fim de semana. Ironicamente, há pouco mais de um mês, o então diretor do mesmo Bangu 8, Emerson Paiva, acabou exonerado por Erir exatamente por conceder a mesma autorização para parentes de internos que estavam presos por falta de pagamento de pensão alimentícia.

A mulher de Esteves conseguiu uma autorização provisória para fazer a visita, do próprio secretário da Seap, já que a carteira definitiva exige uma série de documentos que levam tempo para serem analisados. Em média 60 dias, e no mínimo 45. “Para um preso comum leva três meses com certeza”, diz um agente penitenciário.

O banqueiro chegou a dar entrada no Presídio Ary Franco (para presos à disposição da Justiça Federal), na Zona Norte, e de lá seguiu para Bangu 8, na Zona Oeste, onde ganhou um kit higiênico (sabonete e papel higiênico). O procedimento de identificação só foi feito nesta segunda-feira, quando ele tirou a foto oficial com a camisa verde da Seap, obrigatória para todos os detentos. Já na cadeia, furou outra fila. Lá dentro, onde estão presos 138 pessoas – todos com diploma de terceiro grau ou devedores de pensão alimentícia – as celas individuais, de seis metros quadrados, são reservadas aos que estão há mais tempo encarcerados. Esteves, no entanto, conseguiu uma só para ele.

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