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Atirador prestou queixa contra médico do Sírio-Libanês que baleou

Na reclamação, Daniel Forti afirmou que o médico não lhe informou sobre os efeitos colaterais de uma cirurgia na uretra, que o teria deixado impotente

Por Eduardo Gonçalves Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 18 set 2014, 20h45

O ex-médico Daniel Edmans Forti, de 52 anos, que baleou com três tiros o urologista Anuar Ibrahim Mitre, 65, e se matou em seguida, protocolou uma queixa no Conselho Regional de Medicina (CRM) de São Paulo contra Mitre por causa de uma cirurgia na uretra. No documento, que está sendo analisado pela polícia, Forti reclama que o médico lhe sugeriu fazer a operação sem informar os seus efeitos colaterais. Uma das hipóteses investigadas pela polícia é que o atirador cometeu o crime por vingança.

A tentativa de homicídio aconteceu no dia 15 de setembro no consultório de Mitre em um centro médico próximo ao hospital Sírio-Libanês, no centro de São Paulo.

Daniel Edmans Forti disparou contra médico do hospital Sírio-Libanês
Daniel Edmans Forti disparou contra médico do hospital Sírio-Libanês (VEJA)

Em depoimento à polícia, a mãe do atirador afirmou que ele estava deprimido e com a autoestima baixa porque a cirurgia o teria deixado impotente sexualmente e com dores no abdômen. O irmão, que também foi ouvido, reforçou a declaração da mãe, dizendo que após a operação ele não conseguia andar direito e ficou mais introspectivo. Forti morava com a mãe e não tinha filhos nem a mulher. No dia do crime, ela relatou não ter percebido nenhuma alteração no comportamento do filho.

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“Os familiares [de Forti] disseram que ele era um rapaz alegre e que nunca demonstrou ser capaz de fazer isso. Pelo que nós ouvimos até agora, ele havia ficado desapontado com o médico porque ele não tinha esclarecido as possíveis consequências [da cirurgia]”, disse o delegado Paulo César, do 4º Distrito Policial, na Consolação, no centro de São Paulo.

Segundo a queixa formalizada no CRM em outubro de 2012, Forti passou por uma uretroplastia, uma espécie de cirurgia plástica na uretra para reparar tecidos machucados por um trauma. No mesmo ano, Forti havia sofrido um acidente de moto, no qual teria lesionado o pulmão e o quadril.

A Polícia Civil ouviu até agora sete pessoas: a mãe e o irmão de Forti, a secretária de Mitre, que presenciou o crime, dois policiais que atenderam a ocorrência, e um transeunte que ajudou a socorrer o médico. O delegado disse que pretender ouvir Mitre antes de apontar o motivo do crime.

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A secretária de Mitre relatou à polícia que Forti era um paciente conhecido do médico. Por isso, liberou a sua entrada, mesmo sem ter consulta marcada no dia. Ela afirmou que ele passou rapidamente por trás dela, xingou o médico e efetuou cinco disparos, acertando três. Em seguida, atirou contra a própria cabeça. Embaixo do corpo do atirador, a polícia apreendeu dois revólveres e uma faca – as duas armas estavam registradas no nome do ex-médico.

Forti tem registro profissional de medicina do trabalho no Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro. O registro foi cancelado em 2013. Familiares disseram à polícia que ele abandonou a profissão porque estava se sentindo “inabilitado” após o acidente.

Membro do Conselho Consultivo do Instituto de Ensino e Pesquisa do Hospital Sírio-Libanês, Mitre foi diagnosticado com traumatismo crânioencefálico, mas apresenta quadro de saúde estável. Segundo o boletim médico divulgado nesta terça-feira, não há previsão de alta e ele está sob efeito de sedativos.

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