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As contas da ‘housewife’

Ex-apresentadora de televisão, Cláudia Cruz, mulher do presidente da Câmara Eduardo Cunha e investigada, como ele, por manter contas não declaradas na Suíça, lida com a volta da fama – agora indesejada

Por Juliana Linhares
23 out 2015, 21h02

Em agosto passado, Cláudia Cruz, mulher do deputado Eduardo Cunha, presidente da Câmara, ofereceu, na residência oficial, um jantar para as esposas de parlamentares do PMDB. Foi um sucesso. Bem à vontade no papel de primeira-dama do Parlamento, Cláudia disse, em tom de brincadeira, que o jantar fazia parte do esforço dela para aumentar seu círculo de amizades, “pois já disseram que no Palácio da Alvorada a vida é muito solitária”. As convidadas saíram do jantar tentando digerir o significado da frase de Cláudia. Alguns telefonemas foram suficientes para as mais poderosas concluírem que Cláudia quis, mesmo que com bom humor, dizer que o casal Cunha mirava o maior posto da hierarquia política do país. Soou como se os Cunha estivessem dispostos a furar a fila, o que é considerado pecado mortal na política da capital.

Até meados de agosto ainda não havia acusação oficial a Eduardo Cunha. Agora, menos de dois meses depois, a situação é bem diferente. Cunha, Cláudia e uma filha dele estão nas manchetes dos jornais ao lado de cópias de documentos que os mostram como titulares de contas não declaradas em bancos suíços. Em um desses documentos, fornecido às autoridades pelo banco Julius Baer, Cláudia, cuja ocupação declarada foi “housewife”, assinou os papéis para abertura da conta. Anteriormente, os bancos suíços revelaram extratos dos cartões de crédito de Cláudia em que apareciam despesas com artigos e serviços de luxo – entre elas o pagamento de uma temporada na famosa academia de tênis de Nick Bollettieri, na Flórida, onde treinou a russa Maria Sharapova e, antes dela, Andre Agassi, Monica Seles e Jim Courier, que chegaram ao primeiro lugar no ranking dos tenistas profissionais.

Cláudia foi apresentadora de televisão, culminando sua carreira na Rede Globo, de onde saiu em 2001, depois de trabalhar no Bom Dia Rio, RJTV, Jornal Hoje e no Fantástico. Ela foi casada com Carlos Amorim, um ex-diretor regional da Rede Globo no Rio, e com ele teve uma filha. Cláudia ainda estava na Globo quando conheceu Eduardo Cunha, que presidia a Telerj, empresa do grupo Telebras, estatal de telecomunicações privatizada no governo de Fernando Henrique Cardoso. Em abril de 2000, coube a Cláudia, ainda apresentadora da Globo e já casada com Cunha, ler a notícia da demissão dele da Companhia Estadual de Habitação por suspeita de irregularidades em contratos. Foi a gota d’água no pote de insatisfação para ela e para a emissora. O papel duplo de apresentadora e mulher de político acabou (mal) no ano seguinte. Ela processou a Globo na Justiça do Trabalho e, em 2010, recebeu da emissora indenização de 3,49 milhões de reais.

“É um massacre o que estão fazendo com ela”, diz a amiga Fernanda Capobianco, chef de cozinha em Nova York e que já forneceu comidinhas para Mick Jagger e Madonna. Obviamente, sem querer ver seu nome divulgado, outras amigas fazem críticas a Cláudia e, por enquanto, consideram-se “ex”. Há três anos, Cláudia abriu uma loja de artesanato e tentou voltar à televisão na Record, onde também trabalhou. A loja fechou e a emissora disse-lhe não. Intensa malhadora, Cláudia sumiu da academia, mas corre na orla – de boné e óculos escuros.

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