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Aposta de Cunha para salvar mandato, CCJ será comandada por aliado do peemedebista

Por 43 votos a sete, Osmar Serraglio (PMDB-PR) comandará principal colegiado da Casa. Ele rechaçou estar no posto para salvar seu correligionário

Por Da Redação 3 Maio 2016, 17h52

O desenho estratégico de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) para escapar da cassação do mandato e continuar à frente da presidência da Câmara foi confirmado nesta terça-feira: por 43 votos a sete, seu aliado Osmar Serraglio (PMDB-PR) foi eleito para comandar a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), a maior e mais importante da Casa. Cabe ao colegiado analisar a admissibilidade de todos os projetos e – mais relevante para Cunha – todos os recursos, entre eles os apresentados pelo peemedebista para anular os atos do Conselho de Ética, que o investiga no escândalo de corrupção da Petrobras. Serraglio rechaçou estar no posto para salvar seu correligionário.

Cunha trabalha, desde o início do ano, para ter o comando da CCJ em suas mãos. Em janeiro, ele lançou o seu braço-direito Hugo Motta (PMDB-PB) na disputa pela liderança do PMDB, que, por ser o maior partido da Casa, tem o direito de escolher os principais colegiados – e a CCJ sempre é prioridade. Motta foi derrotado por Leonardo Picciani (RJ). Ele anunciou para presidir a comissão o deputado Rodrigo Pacheco (PMDB-MG), que não demonstrou a intenção de facilitar a vida de seu colega de partido. Em seguida, Cunha e seus aliados iniciaram uma ofensiva para emplacar Serraglio na comissão, passando, inclusive, pela ameaça de destituição de Picciani.

O nome de Serraglio foi escolhido a dedo: o peemedebista ganhou notoriedade em 2005, ao ocupar a relatoria da CPI dos Correios e, mesmo estando na base do governo, defender a cassação de figurões do PT, como a do ex-ministro José Dirceu. Em seu quinto mandato, o peemedebista tem perfil discreto, bom trânsito e respeito entre os parlamentares – o que, em tese, afastaria as suspeitas de que estaria no posto como uma linha auxiliar de Cunha.

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Desde que foi anunciado para a CCJ, no entanto, Serraglio é questionado por sua proximidade com o presidente da Câmara e por ter defendido uma anistia ao peemedebista após ele patrocinar a aprovação do impeachment da presidente Dilma Rousseff na Casa. Ao assumir a cadeira, o novo presidente da comissão deu explicações e disse não ter nenhum compromisso.

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“Muita coisa se disse sobre a possível condução deste que agora assume. Eu acho que a minha história e a minha biografia exteriorizam o que se possa imaginar como eu irei proceder, tanto no contato com os companheiros quanto às matérias mais tormentosas. Posso dizer que não tenho compromisso nenhum. Fui certamente mal compreendido”, discursou.

Em entrevista, Serraglio ainda tentou se desvincular da decisão sobre o futuro político de Eduardo Cunha, dizendo que os recursos serão analisados pelo plenário da comissão, e se irritou com os questionamentos sobre a relação entre os dois: “Mal consigo chegar em algum lugar e já dizem que eu devo isso a todo mundo, menos a mim próprio. Eu construí uma história. A minha história vale por si”, afirmou.

Questionado, ele não negou ser aliado de Cunha – mas com ponderações. “Sou aliado naquilo que ele briga com a gente. Por exemplo, para que nós defenestremos a presidente da República eu sou aliado. Em relação ao processo, vou agir imparcialmente. Vocês vão analisar isso ao longo do pouco tempo que ficarei aqui”, disse.

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