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Após quebra de sigilo, prefeitura antecipa consulta de paciente

Para responder à crítica à demora no atendimento na rede pública de saúde, secretaria divulgou dados de caminhoneiro com problema de visão

Por Da Redação
31 ago 2012, 11h18

O caminhoneiro José Machado teve antecipada na quinta-feira uma consulta com oftalmologista agendada anteriormente para o dia 26 de dezembro. Ele e a mulher, Natalice Aleixo Santos, não enfrentaram fila. Exames foram feitos e o diagnóstico saiu em 2h30. “O médico disse que detectaram pterígio e catarata”, disse ela.

Machado protagonizou um quadro do programa de TV da campanha do candidato do PT à Prefeitura, Fernando Haddad, no qual dizia estar esperando por uma cirurgia de catarata por dois anos. Para contradizer o petista, a prefeitura levantou dados do prontuário médico de Machado e, após questionada, revelou datas de atendimento na rede e disse que ele, na verdade, sofria de pterígio – crescimento de tecido sobre a córnea.

A divulgação dos dados pela prefeitura pode caracterizar quebra de sigilo médico. Na quarta-feira, o PT protocolou notícia crime na Justiça Eleitoral para apurar o caso, além da acusação de uso da máquina pública na eleição. Foi pedido também a abertura de um inquérito civil ao Ministério Público Estadual (MPE) para investigação.

Na a quinta, participaram do atendimento o diretor técnico do hospital, Pedro Cardoso, o gerente administrativo do Instituto Cema (braço do hospital que atende pelo SUS), Edgar Escobar, e assessores de imprensa do Cema. O vereador Carlos Neder (PT), coordenador de planejamento de saúde de Haddad, também esteve lá, a convite da mulher de Machado.

Na quarta-feira, o prefeito Gilberto Kassab (PSD) questionou o depoimento de Machado e citou o fato de Natalice ser membro do conselho gestor da UBS Guaianases 1, unidade em que o caminhoneiro foi atendido. “Ela representa os trabalhadores lá; deveria ter boa orientação.”

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Investigação – O Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) abriu uma sindicância para apurar o caso da abertura do sigilo médico do caminhoneiro José Machado pela prefeitura. Segundo o Cremesp, a instituição abre todos os dias entre dez e doze procedimentos para apurar casos em que pode ter havido uma infração ao código de ética médico.

Não há prazo para que as averiguações necessárias ocorram. As investigações se restringem a possíveis violações da ética médica, não dizem respeito à infração administrativa.

(Com Agência Estado)

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