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Anúncio em jornais cobra explicações de Ahmadinejad

Peça publicitária pede explicações ao presidente iraniano sobre as constantes violações dos Direitos Humanos em seu país

Por Da Redação
20 jun 2012, 11h29

“Senhor Ahmadinejad, aproveite que o senhor está em um país onde a liberdade de expressão é respeitada para explicar as frequentes violações do seu regime aos Direitos Humanos. Somos todos ouvidos” – Estas são as frases estampadas em um anúncio que circula hoje em diversos jornais brasileiros. A iniciativa é da Confederação Israelita do Brasil (Conib), que, com outras entidades civis, protesta contra a presença do presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad na Conferência Rio+20.

Detalhe do anúncio da Confederação Israelita do Brasil que circula hoje nos jornais brasileiros (Reprodução)

Mahmoud Ahmadinejad e os aiatolás governam o Irã com mão de ferro, mantêm centenas de opositores na prisão e sufocam todas as manifestações contrárias ao regime. O governo autoritário iraniano também censura a internet, reprime o trabalho da imprensa (inclusive dificultando o trabalho de jornalistas internacionais) e as universidades do país, além de perseguir o livre-pensamento e as manifestações culturais que julgam “impróprias para a República Islâmica”.

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O anúncio divulgado hoje foi criado pelo publicitário Eduardo Fischer e traz uma foto de Ahmadinejad e um questionário de múltipla escolha com o seguinte enunciado: “Escolha um motivo para se preocupar com os atos deste homem”. Entre as alternativas possíveis para os leitores ‘marcarem’, há: “Sou cristão, evangélico ou baha’í e não gostaria de me sentir ameaçado por exercer minha crença”; “Sou judeu e não quero ser perseguido e nem ver o Holocausto apagado da história”; “Sou advogado e não gostaria de ser preso por defender meus clientes”; “Sou jornalista e não gostaria de ser perseguido por divulgar o que acontece em meu país”; entre outras.

De acordo com Mario Fleck, presidente da Federação Israelita do estado de São Paulo, uma das entidades que integram a Conib, o anúncio “expressa o pensamento de uma larga parcela da população brasileira que não compactua com as práticas do governo autoritário iraniano”. Fleck ainda ressalta que o regime atual não deve ser confundindo com o povo iraniano, que também é vítima da opressão. “O Irã não deveria ter sido convidado pela ONU. O governo iraniano defende e pratica ações contrárias aos princípios do mundo civilizado e não tem nada para falar na Rio+20.”

Ahmadinejad chegou na noite desta terça-feira. Antes de embaracar para o Brasil, ele esteve na Bolívia, onde assinou acordos de cooperação com o colega Evo Morales. Depois da breve estadia em La Paz, Ahmadinejad e Morales viajaram juntos ao Rio de Janeiro.

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A presença de Ahmadinejad no Brasil ocorre no mesmo tempo em que o chamado Grupo 5+1 encontra-se reunido com representantes iranianos, em Moscou, para inibir o plano nuclear de Teerã. Segundo os últimos informes de agências internacionais, o chefe dos negociadores iranianos, Said Jalili, argumenta que “o enriquecimento de urânio com um objetivo pacífico em todos os níveis é um direito da República Islâmica”. No entanto, a chefe da diplomacia da União Europeia, Catherine Ashton, considera que ainda existem “divergências significativas” entre o Irã e as grandes potências nas negociações mundiais sobre o programa nuclear de Teerã. Os membros do Grupo 5+1, Estados Unidos, Rússia, China, França, Grã-Bretanha e Alemanha, pediram ao Irã que reduza consideravelmente o atual nível de sua capacidade de enriquecimento de urânio, atualmente a 20%.

Os presidentes de Estados Unidos e Rússia, Barack Obama e Vladimir Putin, disseram nesta segunda-feira que o Irã “deve empreender sérios esforços para recuperar a confiança internacional sobre a natureza exclusivamente pacífica de seu programa nuclear”.

Protesto – No último domingo, defensores dos direitos humanos, ambientalistas e membros da comunidade judaica protestaram no Rio de Janeiro contra a participação de Ahmadinejad na Cúpula da Rio+20. Manifestantes percorreram as ruas de Ipanema com bandeiras de Israel e cartazes com mensagens nas quais se lia “O Rio não dá as boas-vindas a Mahmoud Ahmadinejad” e “Negar o Holocausto é o mesmo que negar a escravidão no Brasil”.

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