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Aluna estuprada em escola de SP reconhece suspeito

Outro estudante ouvido pela polícia confessou participação no crime, segundo a advogada da garota. Terceiro adolescente envolvido se mudou com a família

Por Da Redação
20 Maio 2015, 10h45

Um dos três estudantes suspeitos de terem estuprado uma colega de 12 anos na Escola Estadual Leonor Quadros, no Jardim Miriam, Zona Sul de São Paulo, foi reconhecido pela vítima nesta terça-feira. O agressor é aluno da mesma escola e tem 14 anos. Um segundo aluno suspeito foi localizado e ouvido no 97° Distrito Policial (Imigrantes) à noite. Ele confessou a participação no crime, segundo a advogada da menina, Yasmin Vasques Chehade. O terceiro estudante se mudou com a família e até agora não foi localizado.

No dia do crime, um dos estudantes, que conhecia a adolescente, chamou-a perto do banheiro masculino e aplicou-lhe um golpe de enforcamento, conhecido como “gravata”, segundo as investigações. A menina foi então arrastada para dentro do banheiro e estuprada durante 50 minutos. Os alunos faziam uma espécie de revezamento: enquanto um segurava a porta, os outros dois a atacavam.

Um laudo médico em posse da Polícia Civil atestou que a estudante, do 7º ano do Ensino Fundamental, tinha ferimentos na região da genitália.

O caso aconteceu por volta das 16 horas do dia 12 de maio, mas só foi registrado no fim da noite, o que teria impedido a polícia de apreender os jovens.

Nesta quarta-feira, o delegado do 97º DP, Paulo Rabello, deve encaminhar o inquérito à Vara da Infância e da Juventude, órgão da Justiça responsável por pedir a internação dos suspeitos em uma unidade da Fundação Casa.

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A Polícia Civil também investiga se houve omissão de funcionários da escola. A advogada da menina criticou o atendimento à aluna. “Se eles [direção da escola] tivessem avisado imediatamente à polícia sobre o ocorrido, o caso poderia estar resolvido, com a punição dos menores.” De acordo com a advogada, assim que conseguiu fugir do banheiro, a garota avisou um dos inspetores sobre o que tinha acontecido. Em vez de levar a adolescente para uma sala, esse funcionário, segundo Yasmin, deixou a estudante sozinha no pátio.

A menina desmaiou no pátio e só retomou a consciência em uma ambulância do Serviço de Atendimento Médico Ambulatorial (Samu). A defensora afirma ainda que, enquanto era levada para o Hospital Municipal Doutor Arthur Ribeiro de Saboya, a vítima citou os três adolescentes suspeitos de praticarem o estupro. Depois, ela foi encaminhada para o Hospital Pérola Byington, no Centro, especializado no atendimento a vítimas de violência sexual. Na segunda-feira, a Secretaria Estadual da Educação havia informado que, após o ataque, a menina tinha procurado ajuda na diretoria do colégio, onde foi socorrida após chegar com falta de ar.

Segundo a advogada, a menina nunca havia tido uma relação sexual e começou a tomar medicamentos para evitar gravidez e doenças sexualmente transmissíveis. “Ela está em depressão profunda e sofrendo as reações aos medicamentos. O cabelo está caindo”, disse.

Nesta terça-feira, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) falou sobre o caso durante a inauguração da sede do Comando de Operações Especiais (COE) da Polícia Militar. “Lamento profundamente e quero pedir punição exemplar, porque isso é inadmissível.” Em nota, a Secretaria da Educação disse que “abriu apuração preliminar para averiguar a conduta da direção da escola”.

Reação – Mães e pais de alunos disseram temer novos ataques e também criticaram a conduta da escola. “Tinham de ter ligado na hora para a Polícia Militar. É um absurdo a porta de um banheiro ficar trancada por quase uma hora e ninguém desconfiar de nada”, afirmou a babá Zilda da Cruz Paes, de 45 anos.

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“Se fosse com a minha filha e a escola não tivesse feito nada, eu mesmo teria ido atrás dos três, sem responder pelos meus atos”, disse o motorista Roni de Oliveira Matos, de 33 anos, pai de uma estudante de 13 anos.

Meninas com idade entre 12 e 15 anos que estudam no período da tarde disseram que não usam mais os banheiros da unidade de ensino. Em casos de maior necessidade, as adolescentes vão em grupos de até cinco meninas para conseguirem se proteger, caso sejam atacadas. “Pode acontecer com qualquer uma de nós. Infelizmente, aconteceu com ela e me sinto muito triste e vulnerável”, disse uma estudante de 14 anos.

Funcionários que não quiseram se identificar disseram que os três alunos suspeitos não frequentavam as aulas e tinham mau comportamento. “Eles ficavam sem fazer absolutamente nada dentro da sala. Quando assistiam aula, era para tumultuar”, disse um deles.

Outro funcionário afirmou que faltam inspetores na escola e que os que trabalham no local não dão conta dos problemas com alunos. A Secretaria da Educação disse que a escola “tem sete agentes de organização escolar, responsáveis pelo bem-estar dos alunos”. Segundo a pasta, eles também auxiliam “na manutenção da disciplina geral”.

(Com Estadão Conteúdo)

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