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Funcionários do setor aéreo decidem não fazer mais hora extra e aeroportos podem viver novo caos no fim de ano

Decisão é protesto contra decisão das aéreas de não conceder aumento salarial

Por Adriana Caitano
1 dez 2010, 11h54

Os trabalhadores do setor aéreo decidiram nesta quarta-feira que não farão mais horas extras. A chamada operação não-colaboração é um protesto contra a resistência das companhias aéreas em aumentar os salários da categoria e contratar mais profissionais para o setor. A decisão vale tanto para os aeroviários – profissionais que atuam nos aeroportos como atendentes e na organização das bagagens – quanto para os aeronautas – que trabalham nos voos, como comissários de bordo, pilotos e co-pilotos. Casos recentes em que a atuação desses profissionais se deu estritamente dentro da carga horária resultaram em sérios transtornos para os passageiros. São exemplos disso os problemas apresentados pela TAM no início desta semana e pela Gol em agosto. A decisão dos aeroviários pode, portanto, tornar o fim de ano nos aeroportos brasileiros um verdadeiro caos.

A categoria vinha reivindicando reajuste e novas contratações há mais de três meses. Em setembro, os sindicatos apresentaram aos empresários uma lista do que queriam – 15% de aumento sobre o salário e 20% sobre o piso, além de adequação da jornada de trabalho às regras instituídas pela Anac. A única proposta oferecida pelas companhias foi a de reajuste igual à inflação e adiamento da discussão sobre salário para abril de 2011.

Resultado – Na segunda e na terça, os funcionários fizeram assembleias em todo o país para votar se aceitariam ou não o que foi apresentado pelas empresas. A maioria votou pela operação em protesto. “O que vamos fazer é cumprir estritamente nossa regulamentação profissional, ou seja, se a empresa mudar a escala de última hora, posso me recusar a sair da minha folga para socorrê-la. Não vamos mais colaborar com as companhias para nos prejudicar”, afirma o presidente do Sindicato Nacional dos Aeronautas, comandante Gelson Foguesato.

De acordo com o sindicato, como as empresas fazem as escalas já contando com o trabalho a mais de seus funcionários, a recusa à hora extra é o anúncio de um grande problema. Somente neste segundo semestre, os aeroportos brasileiros experimentaram três vezes uma sucessão de atrasos e cancelamentos de voos durante dias. A primeira foi em agosto, quando os funcionários da Gol foram proibidos pela Anac de trabalhar além do limite ditado pela lei. O problema nas escalas rendeu à empresa uma multa de 2 milhões de reais, a maior já aplicada no setor. Em setembro, a confusão se repetiu na Webjet.

No último fim de semana, foi a vez da TAM, que atribuiu o problema às chuvas. Funcionários da companhia disseram, porém, que a empresa sofreu com o cerco da Anac para o cumprimento das escalas de trabalho. A companhia nega e acrescenta que está reforçando o efetivo e a quantidade de aeronaves para evitar novos problemas com a alta demanda do fim do ano. Por causa dos atrasos e cancelamentos, a TAM ficou proibida de vender passagens até o meio-dia desta quarta.

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O comandante Foguesato ressalta, porém, que a categoria está aberta para negociação com as empresas. Ele vai se reunir com representantes das empresas aéreas nesta quarta e no próximo dia 8. Após as reuniões, a categoria decidirá se aceita as contrapropostas das empresas ou adota medidas mais drásticas, como uma possível paralisação.

Com a confusão anunciada, especialistas ouvidos por VEJA acreditam que o governo já deveria ter tomado medidas para evitar o caos nas festas de fim de ano. Entre as ações sugeridas estão a mudança da regulação para permitir tripulação estrangeira e a melhoria da infraestrutura aeroportuária.

Relembre o que motivou o caos aéreo de 2006 nos aeroportos brasileiros

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