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‘Justiceiros’ espancam acusado de roubo em São Gonçalo

Homem foi agredido com uma barra de ferro, amarrado e arrastado pela rua. Polícia impediu o linchamento mas ignorou os agressores

Por Pâmela Oliveira, do Rio de Janeiro
20 fev 2014, 15h15

A ação de “justiceiros” volta a assustar a população do Estado do Rio. Um homem acusado de ter roubado um botijão de gás e uma televisão foi brutalmente espancado em São Gonçalo, na região metropolitana do Rio, na manhã de terça-feira. Magno Nogueira da Conceição teve mãos e pés amarrados, foi arrastado e agredido por moradores de Jardim Catarina, bairro pobre dominado pelo tráfico de drogas, às margens da BR-101.

Este foi o terceiro caso de justiçamento no Rio em menos de 30 dias. Em 23 de janeiro, um homem acusado de praticar roubos foi executado com um tiro na cabeça em Belford Roxo, na Baixada Fluminense. No início do mês, um jovem de 15 anos foi espancado e preso a um poste, no Flamengo, na Zona Sul do Rio, por jovens que o acusavam de cometer furtos na região.

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O espancamento de Magno foi acompanhado por uma multidão que incentivava as agressões e registrada por um fotógrafo do jornal ‘O São Gonçalo’. Assim como na execução na Baixada Fluminense, os algozes de Magno não fizeram questão de esconder o rosto.

De acordo com o fotógrafo que presenciou as agressões, o homem foi arrastado por várias ruas do bairro e espancado com uma barra de ferro diante de crianças e mulheres. Apesar de a barbárie ter acontecido diante de uma multidão, apenas uma mulher tentou interromper a sessão de golpes e chutes. Ela pediu para que os algozes entregassem o homem à polícia, mas foi ignorada.

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A violência foi interrompida quando um motoboy chegou com dizendo que traficantes da região exigiam que a vítima fosse entregue a eles. Ensanguentado e com medo de ser morto, Magno se atirou da motocicleta quando percebeu a chegada de um carro da PM.

Os policiais, no entanto, nada fizeram contra os agressores. De acordo com o jornal, Magno foi conduzido à delegacia para que sua ficha criminal fosse verificada. “Havia uma autuação por furto mediante fraude, mas ele já havia cumprido a pena”, disse o delegado Renato Thomaz, da 74ª DP (Alcântara), que se limitou a dizer que a vítima foi liberada.

Ao ser informado das fotos que registraram o espancamento, Thomaz disse que abriria um inquérito para investigar o caso. O estado de saúde de Magno é desconhecido.

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