Acusado de matar cinegrafista admitiu o crime a um amigo
Caio Silva de Souza afirmou, por telefone, que achava 'ter matado um homem'
O delegado Maurício Luciano, da 17ª DP (São Cristóvão), afirmou na tarde desta quinta-feira que Caio Silva de Souza, acusado de matar o cinegrafista Santiago Andrade, admitiu o crime em um telefonema de “desabafo” a um colega de trabalho, de quem é amigo. O rapaz que recebeu o telefonema prestaria depoimento esta tarde à Polícia Civil. Segundo Luciano, na última quinta-feira, quando houve a manifestação e a detonação do explosivo que vitimou o cinegrafista, Souza telefonou para o colega por volta das 19h30, com a voz ofegante.
No telefonema, disse o delegado, Souza estava abalado, dizendo que “fez besteira” e afirmava ter “matado um homem”. O nome do rapaz não foi revelado. Souza, que trabalha como auxiliar de serviços gerais de uma empresa que presta serviços ao Hospital Estadual Rocha Faria, está, desde a noite de quarta-feira, no Complexo Penitenciário de Gericinó, na Zona Oeste. Também está preso o tatuador Fábio Raposo Barbosa, conhecido como “Fox”.
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O depoimento que Souza prestou à Polícia Civil e a agentes da Secretaria de Administração Penitenciária (Seap), na noite de quarta-feira, acrescentou detalhes à investigação. E mudou um pouco a versão conhecida até então, com uma divergência em relação ao que havia sido declarado por Raposo. Inicialmente, a versão conhecida, contata pelo tatuador, era de que ele havia encontrado o rojão e passado para Souza – que, então, acendeu o rojão e jogou na direção dos policiais militares. Souza apresentou outra versão. Ele teria sido “atiçado” a jogar o morteiro, que recebeu já aceso das mãos de Raposo.
Souza também afirmou ter conhecimento de pagamentos de passagens e ajuda financeira a quem precisasse de dinheiro para participar das manifestações. Afirmou ainda que “acredita” que pessoas ligadas a partidos políticos são as que pagam aos manifestantes. Em outro momento, declarou já ter visto bandeiras do PSOL e do PSTU nas manifestações.