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Acompanhamento de pacientes tem novos parâmetros

Por Da Redação
31 jul 2012, 18h59

Por Clarissa Thomé

Rio de Janeiro – Em um esforço mundial, pesquisadores estabeleceram novos parâmetros para o acompanhamento de pacientes que passaram por transplante de medula óssea. O estudo permitirá reduzir a quantidade de testes e exames a que os transplantados têm de ser submetidos. O trabalho, publicado em quatro periódicos simultaneamente, será apresentado no Congresso da Sociedade Brasileira de Transplante de Medula Óssea, que começa quinta-feira (2), em Ribeirão Preto (SP).

A intenção do grupo de pesquisadores é suprir a falta de protocolos clínicos que orientem o diagnóstico precoce das complicações que podem surgir nos pacientes transplantados – cânceres secundários, infecções, doenças cardiovasculares e pulmonares, entre outras. Anualmente, 50 mil pessoas passam por transplante de medula óssea.

Para tentar identificar essas complicações, os pacientes transplantados passam por uma série de exames. O estudo, produzido por profissionais de 16 centros de pesquisa do mundo a partir da revisão da literatura médica, mostra que nem todos são necessários. “A primeira intenção foi avaliar as rotinas médicas e o que realmente tem impacto no atendimento desses pacientes. Uma das coisas mais importantes é a avaliação clínica; o médico conversar com o paciente e guiar os exames, a partir do primeiro ano, pelos achados clínicos. Isso permite redução de custos, que é importante no mundo todo, e também significa menos desgaste para o paciente”, afirma Adriana Seber, médica do Grupo de Apoio ao Adolescente e à Criança Câncer (Graac), uma das brasileiras que integrou a equipe de pesquisadores. A médica Carmem Bonfim, da Universidade Federal do Paraná, também participou do estudo.

O novo consenso dispensa a realização de rotina de provas de função pulmonar e tomografias de tórax, que antes eram exigidas anualmente. O exame mais debatido foi a prova de função pulmonar, que mostra se tem alguma obstrução na saída de ar ou limitação na entrada de ar no pulmão. “Nós sabemos que isso pode acontecer temporariamente depois do transplante. É um exame caro, sofisticado, que não tem em todos os centros. E chegou-se à conclusão que se o paciente não tem sintoma clínico, ele não precisa fazer mais. Só deve ser realizado se o exame clínico indicar”, explica Adriana.

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Essa também é a conclusão para os exames de fígado, fundo de olho, densitometria óssea e o ecocardiograma. Todos tinham indicação para serem realizados anualmente. “Nós revisamos a literatura sobre os exames e avaliamos qual era a chance de alguém que não tinha nenhum sintoma ter o resultado anormal para esses exames. E nós fazemos todos esses exames anualmente há 20 anos. E a chance de ter exame anormal é muito pequena”.

Entre as crianças, o estudo recomenda o acompanhamento do desenvolvimento para fazer a reposição de hormônio do crescimento, se necessário. “Nós temos muitas dificuldades de repor o hormônio do crescimento aqui no Brasil, porque é uma medicação de alto custo, que só funciona se for feita muito cedo, quando o osso ainda tem maior potencial de crescimento”, explica a médica.

O programa nacional de doadores de medula americano (NMDP, na sigla em inglês) publicou uma versão das orientações para pacientes, disponível em inglês no site https://www.bethematch.org/patient. O estudo foi publicado, em português, na Revista Brasileira de Hematologia e Hemoterapia (www.scielo.br/pdf/rbhh/v34n2/pt_v34n2a12.pdf).

Clarissa Thomé

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