Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Com acampamentos vazios, MST vive grave crise

Total de acampados caiu de 400.000 para menos de 100.000 entre 2003 e 2010

Por Da Redação
28 mar 2011, 10h53

Às vésperas do início de sua jornada nacional de invasões, o chamado “abril vermelho”, o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) – organização ideológica que ameaça a propriedade privada e a produção agrícola – enfrenta uma das maiores crises de sua história: a contenção do rápido esvaziamento de seus acampamentos.

No primeiro ano do governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, existiam 285 acampamentos de sem-terra no país, de acordo com levantamento da Comissão Pastoral da Terra (CPT). Em 2009 a quantidade despencou para 36. Em 2010 o número foi ainda menor, segundo dados preliminares do novo relatório da CPT que será divulgado nos próximos dias; e em 2011 as dificuldades de mobilização só aumentam. Dias atrás, o militante Luciano de Lima, um dos coordenadores do movimento no interior de São Paulo, teve dificuldade para reunir 27 pessoas na invasão de uma área da Ferroban, em Paraguaçu Paulista.

O antecessor da presidente Dilma Rousseff, em seus dois mandatos, delegou a política de reforma agrária do governo à ala mais radical do PT. Esse gesto, porém, resultou ruinoso. Além de não conseguirem administrar os generosos recursos públicos para promover a reforma agrária, os sem-terra interpretaram a proximidade com o governo como autorização para barbarizar. Em vez de cuidarem dos interesses dos camponeses miseráveis, o MST e seus filhotes mais radicais, como o MLST, cujos integrantes chegaram até mesmo a quebrar o Congresso, passaram a atuar como facções criminosas, invadindo e depredando fazendas produtivas.

O total de pessoas acampadas no país passou de 400.000 para menos de 100.000 entre 2003 e 2010, segundo estimativas da direção nacional do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). Para o secretário da coordenação nacional da CPT, Antonio Canuto, o esvaziamento é acentuado.

Continua após a publicidade

Líderes do MST admitem o problema. A causa principal, na opinião deles, seria o crescimento do número de postos de trabalho no país, especialmente na construção civil. Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, Gilmar Mauro, que faz parte da coordenação nacional e é reconhecido como um dos principais ideólogos do movimento, observa que a construção civil absorve grande volume de trabalhadores egressos do campo, com pouca especialização profissional, que eram os primeiros a se mobilizar pela reforma, desejosos de retornar ao local de origem.

Para Antonio Canuto é preciso considerar também a falta de empenho do governo na execução da reforma. “Ninguém se dispõe a passar anos debaixo da lona de um acampamento se não houver uma perspectiva mínima de atendimento de suas reivindicações”, diz.

(Com Agência Estado)

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.