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A esperança de Marcelo Odebrecht

A defesa do empreiteiro vai usar o julgamento do habeas corpus de outros executivos presos como teste para medir se a mudança de ministros que ocorreu no STJ pode ajudar a livrar seu cliente da prisão

Por Wálter Nunes
31 out 2015, 07h50

No domingo do dia 18 de outubro, o empresário Marcelo Odebrecht passou o aniversário de 47 anos no pavilhão superior do Complexo Médico Penal de Pinhais, na região metropolitana de Curitiba, onde está preso há quatro meses. No dia seguinte, o juiz Sérgio Moro decretou pela terceira vez a sua prisão preventiva, em uma nova ação penal. Agora, sua defesa, que já havia desistido de conseguir a soltura na primeira instância, aposta todas as fichas nos tribunais superiores. O principal indicativo se essa tática poderá ter resultado virá em breve.

A defesa de Odebrecht avalia que o julgamento do habeas corpus de dois executivos da Andrade Gutierrez no Superior Tribunal de Justiça, previsto para as próximas semanas, será a senha para avaliarem se a mudança na composição do tribunal no início de outubro significará também uma mudança no destino de seu cliente. Se o resultado for favorável aos executivos da Andrade, apostam os advogados, Marcelo Odebrecht será o próximo beneficiado.

Nos dias 1º e 2 de outubro, deixaram a quinta turma do STJ Newton Trisotto e Leopoldo Raposo, dois desembargadores que até então vinham votando contra os réus da Lava-Jato. No julgamento em março de um habeas corpus para o empresário Adir Assad, por exemplo, o placar ficou em 3 a 2 contra a soltura, com votos dos dois pela manutenção da prisão. Entraram em seus lugares os ministros Marcelo Navarro Ribeiro Dantas e Jorge Mussi. Com a nova composição da quinta turma, a esperança da defesa de Odebrecht é de que a balança mude a favor do empreiteiro. “Espero que os ministros reconheçam que os argumentos usados pela acusação não são capazes de justificar manter meu cliente preso preventivamente”, afirma o advogado Nabor Bulhões, contratado em julho pela Odebrecht.

Vida na prisão – Enquanto a decisão não sai, Marcelo Odebrecht tenta se adaptar à vida de presidiário. Segundo pessoas que o visitaram, o empresário, hiperativo, passa quase todo o tempo do banho de sol fazendo exercícios. Faz barras, flexões de braço, agachamentos e abdominais. Sua cela, que divide com o subordinado Rogério Araújo, é tão organizada que ganhou o apelido de cela da “ditadura”, em contraposição à da “democracia” – vizinha, com regras mais flexíveis, que abriga dois detentos, incluindo outro executivo da empresa.

A presença dos bilionários alterou a rotina do presídio. Uma denúncia de um funcionário do local de que os presos da Lava-Jato teriam regalias levou à abertura de uma sindicância e derrubou o diretor da unidade, Marcos Marcelo Muller. A investigação apura se os presos receberam alimentos proibidos dentro do complexo – há alguma semanas, o ex-diretor da Petrobras Renato Duque serviu uma feijoada aos colegas, segundo a defesa de um dos presos no local. Uma podóloga que entrou para atender o ex-deputado Pedro Corrêa, que conseguiu o benefício por sofrer de problemas de saúde, teria atendido também outros detentos, por 250 reais a sessão. A sindicância ainda não foi concluída.

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