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A aliados, Cunha não esconde irritação com PSDB: ‘Desleal’

Em público, contudo, reação do parlamentar foi mais comedida. Ele disse que não vê problemas no rompimento tucano. Partido se cansou de esperar pelo impeachment

Por Marcela Mattos Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 11 nov 2015, 18h11

Em conversas com aliados nesta quarta-feira, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), não escondeu a irritação com o PSDB: cansado de esperar pela abertura do processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff, o partido formalizou o pedido de afastamento do peemedebista do comando da Casa. Cunha classificou o rompimento como “desleal” e avaliou que o PSDB agiu por conveniência. Em público, porém, o discurso foi outro, bem mais ameno. O deputado minimizou a ação dos tucanos, afirmou que continuará tratando o partido com “deferência” e que não vê problemas na decisão. Cunha disse também que é uma pessoa “de bem com a vida”.

“Cada um tem o direito de fazer o que quiser, é da democracia. Não vou falar nada, não vou estabelecer crítica”, disse Cunha em coletiva. “Cada um tem o direito de se posicionar como quiser. Respeito a posição do PSDB, não concordo com ela e pronto”, continuou.

Embora o ato desta quarta-feira tenha sido a terceira manifestação do PSDB contra a permanência de Cunha na presidência, a ação foi vista como uma quebra de acordo por parte de aliados do peemedebista. Eles informaram que Cunha havia acenado para a oposição que se manifestaria sobre o pedido de impeachment até esta quinta-feira. O presidente da Casa se reuniu com parlamentares de oposição na noite de segunda-feira, quando ouviu críticas sobre a defesa apresentada e foi avisado de os tucanos votariam contra ele no Conselho de Ética. Foi aí que estabeleceu um novo prazo para se manifestar sobre o processo contra Dilma. Um dia antes, no entanto, os tucanos anunciaram a ruptura.

A decisão foi motivada pela descrença de que Cunha iria, enfim, anunciar uma decisão sobre o processo contra Dilma, paralisado há meses na Casa. Na avaliação dos tucanos, Cunha continuaria trabalhando contra o tempo: deixaria para se manifestar sobre o impeachment apenas depois da votação da admissibilidade do seu processo no Conselho de Ética. Enquanto isso, negociaria com o governo uma forma de se livrar da cassação poupando qualquer ação contra Dilma Rousseff. Em meio a esse cenário, o líder do PSDB, deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP), já vinha sendo pressionado pela bancada a endurecer o discurso contra Cunha. A frágil defesa apresentada pelo peemedebista para fugir de um processo de cassação foi o estopim para a reação.

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Para aliados de Cunha, o rompimento do PSDB pode enfraquecer as articulações de Cunha com o Planalto. O peemedebista tinha até agora a oposição e o governo nas mãos – não mais. “Se não tem mais diálogo com o PSDB, o Planalto também não tem mais o que temer, e assim, não precisa manter conversa com Cunha”, resume um membro da sigla.

Outra avaliação é a de que Cunha, sendo alvo da pressão de um grande partido, perde força e musculatura em plenário. Para tentar reerguer o presidente, partidos que dão sustentação a Cunha emitiram nota de apoio a ele na tarde desta quarta-feira.

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