Montevidéu, 24 abr (EFE).- O chanceler uruguaio Luis Almagro considerou nesta terça-feira ‘muito complexo’ que o Mercosul negocie com a União Europeia sem a presença argentina, uma opção que a Espanha sugeriu analisar, porque isso ‘implicaria em desajustes institucionais que até então nunca foram discutidos.
Almagro expressou sua postura em resposta às perguntas da imprensa sobre a proposta do Governo espanhol à União Europeia, após a decisão da Argentina de expropriar 51% do capital que controlava a Repsol na companhia petrolífera YPF.
‘Negociar de outra maneira seria muito complexo e teríamos de fazer desajustes institucionais que não estão previstos nem foram pensados até hoje’, acrescentou.
Na segunda-feira, o ministro das Relações Exteriores e de Cooperação espanhol, José Manuel García-Margallo, colocou aos países da UE essa possibilidade como parte das diferentes opções de resposta que a União poderia dar perante a desapropriação.
‘É provável que isto seja uma solução, que interesse ao Brasil, que interesse ao Uruguai, ao Paraguai’, declarou então García-Margallo, quem apontou que assim seria possível ‘desbloquear a negociação’ de um tratado com o Mercosul ‘para que toda a frota não fique paralisada pelo andamento lento de um país, a Argentina, que parece neste momento ter escolhido uma via original na América Latina’.
O chanceler uruguaio acrescentou nesta terça-feira que as relações entre o Uruguai e a Espanha ‘são muito boas’ e sustentou que entre ambos os países existe ‘um excelente marco de cooperação’.
Lembrou que na semana passada esteve em Madri o vice-presidente uruguaio, Danilo Astori, e anunciou que ele mesmo viajará nos próximos dias ao país europeu em uma visita oficial para conhecer as novas autoridades do Governo espanhol e ‘retomar a agenda bilateral’. EFE