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“Tireoide virou amígdala do século 21”, diz médico de Lula

Oncologista Artur Katz conta que são cada vez mais comuns as cirurgias para remoção da tireoide, precipitadas por exames de ultrassonografia

Por Renata Honorato
7 jan 2012, 19h09

Falsos diagnósticos de câncer de tireoide, como o que recebeu a presidente da Argentina, Cristina Kirchner, não são novidade para a comunidade médica. Ao contrário, ilustram uma situação preocupante para a saúde no Brasil e no mundo, na opinião de Artur Katz, chefe do serviço de oncologia clínica do Hospital Sírio-Libanês e médico do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. De acordo com o especialista, muitos médicos têm solicitado indiscriminadamente o ultrassom de tireoide em consultas de rotina, o que, em alguns casos, tem precipitado cirurgias para a retirada da glândula. “A tireoide virou a amígdala do século 21”, afirma Katz, fazendo referência ao surto de operações para a retirada das glândulas da garganta, especialmente na década de 60.

Katz ressalta que ainda não se conhecem os detalhes dos procedimentos que levaram ao diagnóstico de Cristina – e lembra que às vezes são de fato aconselháveis tanto a ultrassonografia como a remoção da tireoide, como ocorreu com a presidente argentina. Mas o especialista chama a atenção para o fato de que a maioria dos cistos detectados no ultrassom é benigna e dispensa tratamento. “Trata-se de algo que nem precisamos saber que existe. É como se olhássemos nossas mãos em um microscópio mesmo depois de lavá-las. As bactérias estão lá, mas não comprometem nossa saúde”, diz o oncologista. Mesmo assim, é comum que o médico solicite, após a ultrassonografia, o exame de punção.

Dúvida – O problema é que o exame de punção, a que Cristina também se submeteu, nem sempre é preciso na identificação de células cancerígenas. “Muitas vezes é impossível fechar um diagnóstico”, diz Katz. “Quando surge a dúvida, os médicos costumam pedir a opinião de outro patologista.” Se as suspeitas de câncer não são afastadas, o médico pode optar pela cirurgia. Durante o procedimento, terá acesso à estrutura do tecido da glândula, podendo então validar ou não o diagnóstico inicial. Dada a margem de imprecisão do exame de punção, o oncologista Hakaru Tadokoro, da Universidade Federal de São Paulo, explica que os médicos costumam alertar seus pacientes de que este diagnóstico pode ser descartado em testes futuros.

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