Suspeito por explosões nos EUA processou cidade por discriminação
Em 2011, Rahami, seu pai e seu irmão entraram com ação contra a polícia e a prefeitura de Elizabeth, em Nova Jersey
A família do cidadão americano de origem afegã, Ahmad Khan Rahami, suspeito dos ataques em Nova York e Nova Jersey no fim de semana, tem um histórico de conflitos com a polícia local por causa do restaurante que administra. Em 2011, Ahmad, seu pai e seu irmão processaram a polícia e a prefeitura da cidade de Elizabeth, em Nova Jersey, por discriminação, em razão de serem muçulmanos.
A família Rahami é dona do restaurante First American Fried Chicken, em Elizabeth, desde 2002. Há cinco anos, o conselho municipal votou para que o estabelecimento fechasse às 22h, por causa do “excesso de pessoas” que frequentavam o lugar tarde da noite, movimento que incomodava os vizinhos. Segundo o prefeito da cidade, J. Christian Bollwage, o restaurante falhou em cumprir às ordens, o que fez com que recebessem multas e advertências.
Na época, o proprietário Mohammad Rahami, pai do suspeito, e seus dois filhos entraram com um processo contra a polícia e a cidade com a alegação de que foram “ameaçados e assediados” por policiais por causa de sua religião. Além disso, a família também acusou um empresário da região de dizer aos Rahamis que “muçulmanos fazem muito barulho neste país” e “não pertencem aos Estados Unidos”, segundo a rede CNN. Os acusados negaram as alegações da família.
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Em 15 de junho de 2009, quatro oficiais foram novamente ao local para discutir o cumprimento do horário e acabaram entrando em confronto com Ahmad e seu pai. Na ocasião, o suspeito do ataque em Nova York foi detido e multado por “conduta desordeira”. O processo por discriminação da família Rahami foi arquivado em 2012 e as autoridades não detalharam se foi feito algum tipo de acordo entre as partes.
Ahamad foi preso nesta segunda-feira, após suspeitas de conexão com a explosão em Nova York que deixou 29 feridos no sábado, além de outra explosão sem vítimas em Nova Jersey. O suspeito foi detido pela polícia em Linden, Nova Jersey, segundo o jornal The New York Times. Rahami foi levado em uma ambulância depois de ficar ferido em tiroteio com a polícia.
Viagens ao Afeganistão
De acordo com a rede CNN, Ahmad, de 28 anos, viajou ao Afeganistão, seu país de origem, em diversas oportunidades no passado. Ele foi interrogado todas as vezes que voltou aos Estados Unidos, um procedimento padrão das autoridades de imigração, e não estava no radar por possível radicalização. Segundo um amigo de infância, Rahami deixou a barba crescer e começou a usar roupas religiosas depois de suas viagens ao país de origem, hábito que não tinha na adolescência.